A viagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a COP 27, no Egito, como passageiro do jatinho do empresário José Seripieri Filho, ex-dono da empresa de planos de saúde Qualicorp, continua rendendo. O petista rompeu o silêncio sobre o caso, nesta sexta-feira (18/11), no Palácio de Belém, sede do governo de Portugal — onde também chegou de jatinho.
Segundo o petista, o empréstimo se tornou necessário devido a falta de diplomacia do governo de Jair Bolsonaro (PL), que não disponibilizou um transporte por meio das Forças Armadas Brasileiras (FAB). "Se o Estado brasileiro fosse democrático e a gente tivesse um presidente responsável, quem sabe ele tivesse oferecido um avião da FAB para me levar. Mas não ofereceu, paciência, eu sou grato ao meu amigo que foi comigo e me emprestou o avião", criticou.
O empresário José Seripieri Filho, dono do jatinho, chegou a ser preso na Operação Lava Jato. Em 2020, ele firmou delação com o Ministério Público e confessou crime de caixa dois em um caso envolvendo o senador José Serra (PSDB-SP) — que já disputou eleições presidenciais contra Lula e Dilma Rousseff.
Sobre as duas viagens, ele se justificou afirmando que sem a carona não teria como pagar as despesas dele e da comitiva, e relembrou que é convidado nos países. "Eu, sinceramente, sabia que essa pergunta ia vir. Primeiro, eu fui convidado pelos governadores da Amazônia para ir à COP27, e os estados não podiam arcar com a minha despesa. Segundo, eu fui convidado pelo presidente do Egito, fiquei muito orgulhoso, mas também não pagava minhas despesas", justificou.
"E eu tinha um amigo que queria ir à COP e ele tinha um avião e eu fui com ele. Um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança, porque é importante lembrar que um presidente eleito tem que cuidar da sua segurança", complementou Lula.