Lisboa — Num momento de desabafo com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que, em todos os seus anos de política, nunca viu uma campanha eleitoral tão agressiva como a deste ano, em que venceu o presidente Jair Bolsonaro por pouco mais de 2 milhões de votos. Segundo ele, houve uma fábrica de fake news, que criou um ambiente de radicalismo sem precedentes. “Nunca vi isso em nenhuma das eleições que participei”, disse o brasileiro.
Lula ressaltou que esse movimento de disseminação de notícias falsas já havia dados as caras nas eleições de 2018, quando Fernando Haddad foi o candidato a presidente pelo PT após a prisão dele. Mas nada se compara ao ambiente visto neste ano. Para Lula, toda essa estrutura de fake news, de destruição de reputações, teve como origem Donald Trump, que venceu Hillary Clinton em 2016 para a Presidência dos Estados Unidos.
- Em Portugal, Lula é homenageado com painel em alusão a maracatu pernambucano.
- Lula reabre relações com Portugal, onde chegou de jatinho emprestado de empresário.
- Lula almoça com Gilmar Mendes, com camarão e espumante no cardápio.
Lula desembarcou em Portugal nesta sexta-feira, 18 de novembro. Antes do encontro com Costa, o presidente eleito conversou por uma hora e meia com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. A visita de Lula a Portugal, em sua primeira reunião bilateral com chefes de Estado depois das eleições, é vista como uma retomada das relações entre o Brasil e o país europeu, degradadas durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele nunca visitou Portugal, o que nem os presidentes militares fizeram.
O líder brasileiro chegou ao Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, acompanhado da mulher, Rosângela Lula da Silva, a Janja. O casal foi recebido por Costa e a esposa dele, Fernanda Tadeu. Manifestantes pró e a favor de Lula tomaram uma das ruas em frente ao local do encontro, obrigando a polícia a reforçar o esquema de segurança.