A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) prestou depoimento na Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta quarta-feira (16/11), a respeito do episódio em que ela sacou e apontou uma arma contra o jornalista Luan Araújo na véspera da votação do segundo turno. Por meio de nota, a defesa da parlamentar disse que a perseguição armada foi uma reação a “ofensas e ameaças” e ainda afirmou que ela foi vítima de "violência política”.
O depoimento foi tomado via videoconferência. Segundo a defesa da deputada, “Zambelli lembrou que a abordagem que sofreu foi realizada um dia após ter sido vítima de vazamento de seu número de telefone em redes sociais, ocasião em que recebeu inúmeras mensagens com ameaças de morte e xingamentos”, disse.
Os advogados ainda argumentaram que a perseguição armada não constituiu nenhum crime. “Sobre o momento em que sacou uma arma, Carla Zambelli esclareceu o contexto em que o fato se deu, expondo as razões pelas quais sua conduta não se revestiu de nenhuma ilegalidade”, afirmaram.
Relembre o caso
Na véspera da votação do segundo turno, a deputada Carla Zambelli, uma das maiores aliadas do presidente Jair Bolsonaro (PL), apareceu em um vídeo gravado, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, com uma arma na mão perseguindo o jornalista Luan Araújo. O caso ocorreu próximo a um ato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato à Presidência.
As imagens que circularam pelas redes sociais mostram o homem aparece correndo no cruzamento das alamedas Lorena e Joaquim Eugênio. A pessoa que faz a gravação diz "é a Zambelli, é a Zambelli". Momentos depois, a deputada aparece com uma arma na mão, apontando em direção ao homem, e grita "pega ele".
O rapaz tenta se esconder em um comércio e então a deputada entra no local e grita para ele: "deita no chão, deita no chão". Depois do episódio, Zambelli disse pelo Instagram que foi agredida pelo homem, que seria "um homem negro" e "militante de Lula". "Me chamaram de filha da puta", disse.