Protestos

Gleisi: 'Não é papel das Forças Armadas fazer avaliação política'

Presidente nacional do PT criticou nesta sexta-feira (11/11) a nota divulgada por comandantes das Forças Armadas

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu nesta sexta-feira (11/11) a nota divulgada hoje por comandantes das Forças Armadas. Segundo a petista, que é coordenadora política da equipe de transição, não é papel dos militares fazer avaliações sobre o processo político, e o posicionamento não representa as Forças como um todo.

"No meu entender, não é papel das Forças Armadas fazer avaliação política nem avaliação sobre o funcionamento das instituições republicanas", respondeu Gleisi ao ser questionada sobre a nota em coletiva de imprensa. Na manhã de hoje ela participou da primeira reunião do conselho político da transição, sediada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Setor de Clubes Esportivos Sul, em Brasília.

Saiba Mais

Mais cedo, comandantes das três Forças divulgaram uma nota conjunta em que criticam os excessos do Judiciário e dos manifestantes golpistas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas. Assinam o texto o almirante Almir Garnier Santos, o general Marco Antônio Freire Gomes e o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeira Batista Júnior.

"São condenáveis tanto eventuais restrições a direitos por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública", diz a nota. "Bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade", continua o documento.

presidente do PT ressaltou, porém, não acreditar que a nota represente a totalidade das Forças Armadas. "Nós temos que defender a Constituição e a democracia", disse Gleisi. "Mas vejo isso como um fato desses comandantes, e desse governo. Não acredito que a totalidade das Forças Armadas pense assim, não", completou. Ainda segundo a petista, a equipe de transição fará contato com os militares para articular o novo governo, por meio do grupo de trabalho da Defesa.

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