Após a maratona de reuniões com os chefes dos Poderes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que vai trabalhar para recuperar a harmonia entre as instituições e restabelecer a economia brasileira. O petista desembarcou em Brasília, onde teve, nesta quarta-feira (9/11), uma agenda cheia de compromissos com aliados, parlamentares, equipe de transição e representantes do tribunais superiores.
Na saída da reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, Lula disse que é "plenamente possível recuperar a normalidade da convivência” e que vai lutar pelo combate à pobreza.
"Eu me candidatei com o compromisso de que é possível resgatar a cidadania do povo brasileiro, de que é possível a gente recuperar a harmonia entre os poderes, de que é plenamente possível recuperar a normalidade da convivência entre as instituições brasileiras. Instituições que foram atacadas, que foram violentadas pela linguagem nem sempre recomendável de algumas autoridades ligadas ao governo", afirmou o presidente eleito aos jornalistas.
Lula também afirmou que pretende manter uma relação cordial com o Congresso Nacional e o Centrão. “Já fui deputado, já fui presidente da República. O governante tem que ter clareza que tem que lidar com as pessoas que foram eleitas. Temos que convencer das coisas importantes para o país. Não tem que olhar o Congresso e "ah, o Centrão". O Centrão é um conjunto de partidos que temos que conversar e tentar convencer das nossas propostas", disse.
Questionado sobre as manifestações que paralisaram as rodovias federais, o petista apontou a necessidade de identificar possíveis financiadores por trás dos atos antidemocráticos. "Essas pessoas que estão protestando, sinceramente, não têm por que protestar. Deviam dar graças a Deus pela diferença ter sido menor que aquilo que nós merecíamos ter de votos. E eu acho que é preciso detectar quem é que está financiando esses protestos que não têm pé nem cabeça. Ofensas a autoridades, ameaças de fechamento, agressão verbal", frisou.
Encontro no STF
Antes da reunião com o TSE, Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, e os demais integrantes da Corte. Eles discutiram sobre a transição de governo e a importância da harmonia entre as instituições democráticas. Por meio de nota, o tribunal disse que os magistrados apontaram “preocupações para o Brasil, como a necessidade de investimentos em educação e meio ambiente'' e que o presidente eleito “afirmou que atuará pela reconstrução da união” do país.
Também participaram do encontro a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o senador Randolfe Rodrigues, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), o deputado federal eleito Paulo Teixeira (PT-SP), o ex-ministro Aloizio Mercadante, os advogados Eugênio Aragão e Cristiano Zanin e o procurador da Fazenda Nacional Jorge Messias.
Na saída da audiência, Dino disse que “acabou a era de ataque” e reiterou o desejo de cultivar a paz no Brasil. “O presidente Lula enfaticamente declarou esse desejo de paz e normalidade entre os tribunais, convidou o tribunal a participar de outros debates importantes a exemplo da questão ambiental, da questão das armas, reiterou a visão dele no sentido de garantir o desarmamento como princípio fundamental para que nós tenhamos o cumprimento da boa segurança pública”, afirmou.
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