Na primeira fala do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), em coletiva com a imprensa na tarde desta terça-feira (8/11), o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, anunciou que Bolsonaro deve ser o presidente de honra do partido no próximo período e candidato à Presidência em 2026.
Também afirmou que a sigla não vai reconhecer o resultado eleitoral que deu a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), até a divulgação do relatório da fiscalização das Forças Armadas, previsto para ser entregue pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) amanhã. Apesar da resistência ao resultado, Valdemar anunciou que o partido estará na oposição ao futuro governo Lula.
“O PL não renunciará as suas bandeiras e ideias. Será oposição ao futuro presidente”, disse o presidente do partido. Informou também que a sigla vem fazendo questionamentos ao TSE, mas que o PL ainda não tem pretensão de ingressar com ações questionando os resultados. Quanto ao primeiro turno, Valdemar apontou não haver pontos a serem questionados na votação que garantiu ao partido a maior bancada, tanto no Senado quanto na Câmara.
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"Algo real na mão"
Valdemar da Costa Neto anunciou ainda o apoio que está sendo articulado para a manutenção de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara, condicionado ao apoio para o PL presidir o Senado Federal — posição que o partido não está disposto em abrir mão na próxima legislatura.
Apontando a centralidade de Jair Bolsonaro no partido no próximo período, o presidente do PL chegou a afirmar que “Bolsonaro é nosso capitão, nós vamos seguir ele onde ele for”. Quando perguntado sobre um possível questionamento do presidente quanto ao resultado eleitoral, garantiu que isso só aconteceria se o chefe do Executivo “tiver algo real na mão”.
Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a declaração de Valdemar sobre não reconhecer o resultado eleitoral “é espantosa” e um “discurso golpista”. “A única certeza que temos é de que haverá a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva”, complementou o aliado de Lula. Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-SP), a fala de Valdemar “é um absurdo”. “Eles participaram do jogo do processo, se submeteram às urnas e agora querem questionar o resultado? Isso para mim só tem um nome, tentativa de golpismo”, afirmou. “Nós temos que acabar com esses movimentos golpistas, isso é uma indecência”, emendou.
Manifestações
Ao falar sobre os bloqueios ilegais feitos por bolsonaristas nas rodovias do país, Valdemar apontou que Bolsonaro apoia todas as manifestações que estiverem dentro da lei. “O nosso presidente quer que a gente prestigie todos que fizerem movimentos que podem ser feitos, dentro da lei”, apontou, explicitando que não aprova a tentativa de restringir o direito de ir e vir das pessoas, mas também não vê ilegalidades nos pedidos dos manifestantes por intervenção militar do Exército.
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