O Ministério Público Federal (MPF) solicitou, nesta quinta-feira (3/11), abertura de inquérito policial contra o tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet. A Procuradoria pediu à Polícia Federal (PF) que investigue o ex-piloto por incitação pública de violência e “animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constituídos”.
De acordo com o MPF, o pedido se baseia nas declarações proferidas por Piquet em vídeo publicado nas redes sociais. O ex-automobilista, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), xingou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e pediu “Lula lá no cemitério, filho de uma p..."
O vídeo foi gravado por outro apoiador do presidente, que encontrou Piquet na manifestação e registrou o momento. "Olha com quem estou aqui, esse grande campeão, Nelson Piquet", disse o homem responsável pela gravação do vídeo. "Vamos botar esse Lula filho de uma p*** para fora disso", respondeu Piquet. Na sequência, o apoiador recita o slogan da campanha de Bolsonaro, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" e o ex-piloto completa sugerindo a morte do petista.
“As declarações de Nelson Piquet aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito, mas como formas concretas de incitação dirigida à população em geral”, afirmou o Ministério Público. As declarações de Piquet foram proferidas durante manifestação de apoio a Bolsonaro, por isso, o MPF considerou que a gravação foi realizada “em público e durante atos com milhares de pessoas, evidenciando-se a ciência de que viriam a ser difundidas ou divulgadas”.
“A manifestação relatada aconteceu em meio a participantes que de fato demandavam a não admissão do governo eleito, inclusive com pedidos de intervenção das Forças Armadas”, destacou a Procuradoria. O pedido de investigação ainda ressaltou que Piquet, por ser uma pessoa pública e nacionalmente conhecida, tem o potencial de “alcançar centenas de milhares de pessoas”.
Saiba Mais
De acordo com informações divulgadas pelo MPF, Piquet e o homem responsável por gravar o vídeo, que aparecem lado a lado nas imagens, serão chamados para oitiva na Polícia Federal e deverão esclarecer “o local e o horário em que a gravação foi realizada e os meios eletrônicos pelos quais foi distribuída”. O ex-piloto ainda não se manifestou sobre o inquérito.