A deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta quinta-feira (03/11), por meio de uma nota, que viajou aos Estados Unidos em agenda pessoal para "estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas". A parlamentar alegou ainda não ter informado sobre a viagem aos EUA "simplesmente porque não tinha onde publicar".
As contas da parlamentar foram suspensas no último dia 1º pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao todo, foram bloqueados os perfis da parlamentar em sete redes diferentes: Youtube, Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, Tiktok e LinkedIn. Isso ocorreu porque a corte tem enviado determinações às plataformas para a remoção rápida de grupos de WhatsApp e Telegram com convocação para paralisações nas estradas, pedidos de golpe militar e notícias falsas.
"É através das minhas redes sociais que reporto eventos, faço questionamentos, trago conhecimento informativo e divulgo minha agenda. O resultado desse trabalho de confiança e respeito me garantiu o título de parlamentar de maior influência no Brasil nos últimos 2 anos segundo o FSB e 2 vezes a melhor deputada do Brasil, segundo o Congresso em Foco. A decisão que censurou todos os meus canais de comunicação, inclusive o Whatsapp, tem como objetivo controlar o fluxo de informações e conter uma das maiores vozes conservadoras da internet com mais de 9.520.000 seguidores em sete redes sociais. Não divulguei a viagem aos Estados Unidos simplesmente porque não tenho onde publicar, oras!", apontou.
"Estou no meio desse movimento de contenção, repressão e ataque à Liberdade. Estou cumprindo agendas pessoais e aproveitarei a ocasião para estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas", concluiu.
Mesmo após a decisão, Zambelli chegou a criar novos perfis nas redes sociais, onde atacou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e incitou novamente atos golpistas. Sem ter provas, o perfil associava, em uma publicação, o ministro ao PCC.
Zambelli também teria curtido, na nova conta, uma publicação que endossa os bloqueios ilegais de rodovias por manifestantes iniciados após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Os caminhoneiros estão parados porque pediram eleições limpas e não foram atendidos”, diz a publicação do bolsonarista Guilherme Fiuza. Não há provas para a acusação.
Já hoje, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu a deputada de criar novos perfis, contas ou canais nas redes sociais até a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que deve ocorrer até o dia 19 de dezembro. A multa para descumprimento da decisão é de R$ 100 mil por cada conta nova criada.