As embaixadas de Israel e da Alemanha se pronunciaram sobre a suposta saudação nazista em um ato contra a eleição de Luiz Inácio da Silva (PT) na cidade de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, nesta quarta-feira (2/11).
A assessoria da embaixada de Israel enviou um comunicado oficial repudiando as saudações nazistas em Santa Catarina.
"Rejeitamos qualquer forma de referências nazistas no Brasil e em geral. Estamos preocupados com esse fenômeno aqui e contamos com as autoridades competentes para que tomem as providências necessárias para acabar com esse tipo de atos ultrajantes", diz a nota.
O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, usou o Twitter para falar do ocorrido, classificando o gesto como "crime".
"O uso de símbolos nazistas e fascistas por 'manifestantes' claramente de extrema direita é profundamente chocante. Apologia ao nazismo é crime! Não se trata de liberdade de expressão, mas de um ataque à democracia e ao Estado de Direito no Brasil. Esse gesto desrespeita a memória das vítimas do nazismo e os horrores causados por ele", escreveu.
Saiba Mais
Saiba Mais
Entenda
Durante um ato pedindo intervenção militar nesta quarta-feira (2/11) no município catarinense de São Miguel do Oeste, eleitores de Jair Bolsonaro (PL) aparecem em imagens fazendo suposta saudação nazista durante a execução do Hino nacional.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apontou em investigação preliminar que manifestantes não tiveram intenção de fazer apologia ao nazismo. O Grupo de Atuação no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), que faz parte do MPSC, entendeu que não há evidências de prática de crime após identificar manifestantes, analisar imagens e ouvir testemunhas.
Segundo a apuração do órgão, o gesto foi feito pelos bolsonaristas após serem instruídos pelo locutor do evento, um empresário local, a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de "emanar energias positivas".