Protesto

Torcedores corintianos dispersam protesto bolsonarista na Marginal Tietê

Nas gravações, a torcida entoa gritos de "democracia" e também em apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente da República, no domingo, 30.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram torcedores corintianos dispersando manifestação de bolsonaristas na Marginal Tietê, em São Paulo, na noite da terça-feira, 1º de novembro. Nas gravações, a torcida entoa gritos de "democracia" e também em apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente da República, no domingo, 30.

As imagens mostram carros se movimentando na via enquanto os torcedores soltam rojões e gritam "vai" e "democracia". A avenida é uma das principais vias expressas da capital, pois liga as regiões oeste, norte, central e leste.

Bolsonaristas protagonizam bloqueios em rodovias e estradas brasileiras em vários Estados desde o domingo, quando foi confirmada a derrota do atual presidente, Jair Bolsonaro, nas urnas. O movimento antidemocrático pede por novas eleições.

Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, torcidas organizadas de futebol se manifestam e exigem estradas livres para seus comboios a outras cidades e Estados. Com a rodada do meio de semana do Campeonato Brasileiro, ônibus e caravanas começam a se deslocar pelas estradas nacionais em direção aos estádios mandantes.

Nas redes sociais, duas torcidas agiram contra os bloqueios com mais ímpeto: a Império Alviverde, do Coritiba, e a Galoucura, do Atlético-MG, com os times com compromissos fora de casa neste meio de semana, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, respectivamente.

A Justiça Federal autorizou ainda na segunda-feira, 31, a desocupação das rodovias federais em pelo menos seis Estados. As decisões também proíbem novas interdições.

Os pedidos para acabar com os protestos foram feitos pela Advocacia-Geral da União (AGU), Ministério Público Federal (MPF), Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e por concessionárias que administram as rodovias.

Na terça, governadores passaram a empregar a força militar para desfazer os bloqueios. Em São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) enviou o batalhão de choque para confrontar os manifestantes na Castello Branco, que liga a capital paulista com o interior, incluindo a grande São Paulo, como Barueri e Osasco.

Quase dois dias após o pleito, Bolsonaro pediu aos manifestantes que não usem "os métodos da esquerda", que, segundo ele, são violentos.

Sem mencionar o rival ou reconhecer explicitamente a derrota, o atual chefe do Executivo disse que manifestações pacíficas são "bem-vindas" e justificou os atos mencionando que os manifestantes estariam indignados com a "injustiça" do processo eleitoral.

Apoiadores do presidente, porém, reproduzem nas redes um trecho do discurso do chefe do Executivo para defender a continuidade dos protestos que fecham rodovias pelo Brasil.

No pronunciamento, Bolsonaro afirmou que "nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca".

A frase foi interpretada como uma autorização para a continuidade. Políticos da oposição criticaram o caráter vazio e ambíguo da fala do presidente.

O feriado de 2 de novembro começou com ao menos 167 pontos de bloqueios e interdições nas rodovias federais do país, segundo informe divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por volta das 6 horas desta quarta-feira.

Ainda há ocorrências no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O total de manifestações desfeitas pela corporação chegou a 563.

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