A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou o primeiro pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) após a derrota nas urnas para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrido na tarde desta terça-feira (1º/11). Segundo Gleisi, "reconhecer bloqueios como movimentos pacíficos é incentivá-los".
"Lula disputou seis eleições presidenciais. Quando perdeu, acatou o resultado e nunca promoveu arruaça. Bolsonaro é o primeiro e único a apostar no caos diante da derrota. Reconhecer bloqueios como movimentos pacíficos é incentivá-los", disse Gleisi em sua conta no Twitter. Para a presidente do PT, Bolsonaro é irresponsável: "Nunca pensou no país".
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Bolsonaro se pronunciou, apenas na tarde de hoje, sobre o resultado das urnas no domingo (30/10), em meio a manifestações organizadas por apoiadores do presidente em estradas brasileiras. Em breve fala, o chefe do Executivo condenou ações que provoquem o "cerceamento do direito de ir e vir".
Transição
"As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", declarou Bolsonaro. Ele não citou a derrota para Lula nem contestou o resultado das urnas. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, porém, disse que foi autorizado pelo presidente a iniciar a transição de governo.
"A presidente do PT, segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) [como coordenador da transição]. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país", disse Ciro, logo após o pronunciamento de Bolsonaro.
Mais cedo, outros membros da campanha de Lula repudiaram as manifestações. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), em seu Twitter, afirmou que os bloqueios são "manifestações antidemocráticas" e que o momento é de "paz e união". O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), logo antes da declaração de Bolsonaro, frisou em nota à imprensa que o presidente estava "cometendo crime de responsabilidade e omissão" ao não se pronunciar sobre os bloqueios, e disse que advogados e diversas instituições pedem a a investigação de quem está financiando as manifestações.
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