Bolsonarismo

Aliados de Bolsonaro endossam ataques direcionados a Rodrigo Maia

Por meio das redes sociais, figuras públicas, aliadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) continuaram a incitar o ódio conta o ex-presidente da Câmara nos dois primeiros anos de governo. Políticos, no entanto, prestaram solidariedade.

Tainá Andrade
postado em 21/11/2022 18:27 / atualizado em 21/11/2022 18:28
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

Após ser atacado por bolsonaristas em um restaurante em um resort na Bahia, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB-SP) recebeu mais ataques, pelas redes sociais, de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

O ex-capitão da Policial Militar (PM-BA) e candidato a deputado federal pela Bahia, André Porciuncula (PL-BA), se manifestou sobre o episódio ocorrido com Maia. "O gordinho acreditou na narrativa de que a Bahia é vermelha, foi curtir uma praia e recebeu todo o carinho do povo", ironizou pelas redes sociais. 

O ex-policial era considerado braço direito do ministro da Cultura, Mário Frias, foi Secretário Adjunto da Secretaria Especial da Cultura na Bahia e, em 2020, se tornou secretário nacional de Fomento e Incentivo da Secretaria Especial da Cultura, fazendo um combate à Lei Rouanet.

Mais recentemente, a PM-BA instaurou um Processo Disciplinar Sumário (PDS) pelas "críticas e manifestações desrespeitosas a autoridades de forma reiterada e sistemática" de Porciuncula. Um dos episódios citados é de quando ele fez críticas ao  governador Rui Castro (PT) e disse que a mídia se comportava como "animal de estimação de Lula".

Outro influenciador da direita que endossou o ataque a Maia foi o economista Rodrigo Constantino. Apesar de se definir como "comentarista, liberal com viés conservador contra extremistas de todos os lados", ele é apoiador de Bolsonaro e disse que quem está ao lado do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "não vai ter sossego". 

"Não tem jeito. Acharam que limpar a ficha imunda no STF era o mesmo que limpar moral e socialmente, mas não é. O povo está revoltado. Quem fez o L não vai ter sossego", escreveu.

Jair Bolsonaro e Lula não comentaram o caso envolvendo Maia.

Solidariedade

Ainda que os ataques tenham permanecido no espaço virtual, Maia não quis render o assunto, de acordo com a assessoria, por isso recusou entrevista ao Correio para comentar o caso. No entanto, alguns políticos se solidarizaram com a situação, entre eles o ex-aliado de Bolsonaro, Julian Lemos (União Brasil-PB), que já foi vice-presidente nacional do PSL - partido pelo qual Bolsonaro se elegeu presidente em 2018.  

"Bolsonaro tem que agradecer ao Rodrigo Maia pelos dois anos de Governo, Justiça seja feita. Essa barbárie no país praticada por justiceiros da pátria, gente sem educação e respeito, covardes que atacam quando em maioria. Não respeito o ser humano, muito menos a família", publicou junto com o vídeo em que Maia é hostilizado junto com sua família.

Lemos rompeu com o presidente por causa de desavenças no partido e com os filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro. Em novembro deste ano, ao dar uma entrevista, o deputado federal afirmou que Jair batia na primeira-dama Michelle Bolsonaro e que ela não compareceu ao seu discurso de derrota porque estava toda marcada. 

Alexandre Frota (PSDB-SP), que se elegeu em 2018 pela base bolsonarista, mas no pleito deste ano não conseguiu entrar para a Câmara Estadual de São Paulo, também chamou de "vagabundos" os populares que atacaram Maia. "Quando se juntam, os covardes ficam valentes, ignorância e brutalidade, o resultado é o que aconteceu hoje num hotel da Bahia", declarou em um trecho da publicação.

Outros políticos, como Paulo Pimenta (PT-RS), classificou o ato de "covardia". "É característica desta turba que se aproveitam de ambientes públicos onde estão em maior número para insultar e ofender qualquer um que não faz parte de sua organização criminosa", disse.




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