O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua agenda diplomática no Egito com encontros com o enviado especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry, e com o negociador chinês, Xie Zhenhua, além de outras reuniões bilaterais.
"O Brasil está de volta", assegurou Lula. "O Brasil não pode ficar isolado como esteve nos últimos quatro anos, com um governo que não fez nenhum esforço para conversar com o mundo." Ele participou como convidado especial da presidência egípcia da conferência do clima da ONU.
"Fiquei feliz em me encontrar ontem à noite (terça-feira) com o presidente eleito Lula e fiquei animado pela forma como ele falou, para enfrentar o problema de uma vez por todas, para preservar a Amazônia", afirmou Kerry. "Trabalharemos de forma diligente para alcançar esse objetivo ao lado de nossos aliados, Noruega, Alemanha e outros países que estão profundamente comprometidos com isso há muito tempo", acrescentou.
O World Resources Institute afirmou, em comunicado, que "a atmosfera está cheia de esperança e expectativas". A efervescência causada por Lula amenizou o morno impacto da sociedade civil na conferência organizada no extremo sul do Sinai egípcio, em uma região isolada inclusive do balneário de Sharm el-Sheikh.
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Antes de ir ao Egito, Lula enviou vários nomes de sua confiança para preparar o terreno, como as ex-ministras do Meio Ambiente Marina Silva (2003-2008) e Izabella Teixeira (2010-2016).
Na chegada, ontem, ao pavilhão brasileiro da COP27, Lula foi recebido com aplausos por centenas de pessoas. O local, nomeado "Amazônia Legal", foi instalado pelos nove estados brasileiros que pertencem à bacia amazônica e estava lotado uma hora e meia antes do início do evento. Ativistas, indígenas e muitos jornalistas marcaram presença para ouvir o primeiro discurso do futuro chefe do Executivo.
No evento, Marina Silva defendeu com veemência a criação de uma nova Secretaria Nacional para coordenar a ação climática entre os vários ministérios e destacou a meta de reflorestamento de 12 milhões de hectares.
Já o governador do Pará, Helder Barbalho, leu uma carta conjunta dos governadores da bacia amazônica, na qual pedem a Lula "maior celeridade na tramitação dos apoios internacionais".
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