A presença do deputado federal André Janones (Avante-MG) no grupo temático de Comunicação Social do governo de transição é a sinalização mais clara da intenção do staff do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de contar, no Palácio do Planalto e no Ministério das Comunicações, com núcleos profissionais voltados às redes sociais e às novas tecnologias de informação. Um segundo passo deve ser a proposta de alguma regulamentação para a atividade das redes sociais que não seja entendida por censura.
O próprio deputado, uma das vedetes da campanha de Lula, responsável pela “virada” de engajamento nas redes sociais em favor da candidatura petista, disse ao chegar no CCBB — sede do gabinete provisório —, que é preciso “normatizar a comunicação nas redes sociais de uma maneira mais responsável”. Pela manhã, ele teve a primeira reunião com os demais participantes do grupo, acompanhou o anúncio dos nomes pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP) e, à tarde, participou da primeira agenda de trabalho no Ministério das Comunicações.
“A gente precisa discutir isso com a sociedade como um todo, com a imprensa, com os influencers. Como exemplo, há o projeto que é prioridade, hoje — o próprio ministro Alexandre de Moraes (do STF) pediu ao presidente (que encaminhasse esse debate). Eu não gosto da palavra 'regular', que flerta muito com censura, mas 'normatizar' a utilização das redes sociais”, declarou o parlamentar.
“Se você pega a estrutura da comunicação social como um todo, os meios (mídias) já existentes continuam tendo o valor deles. Não é substituir um pelo outro, mas agregar, não fechar os olhos para a realidade das redes sociais”, disse Janones. Para ele, o presidente Jair Bolsonaro desmontou a estrutura da comunicação institucional, substituindo-a pelo diálogo direto nas redes sociais. “Não podemos simplesmente trocar uma coisa pela outra”, criticou. O deputado propõe modernizar essa estrutura de governo e trabalhar os canais alternativos no âmbito de “uma repaginada da comunicação institucional”.
Papel da EBC
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) terá um papel importante nesse redesenho. O grupo temático conta com a presença de vários gestores da antiga EBC, criada no primeiro governo Lula, como uma empresa pública com autonomia administrativa, financeira e editorial. As jornalistas Tereza Cruvinel (primeira presidente da EBC, no governo Lula) e Helena Chagas (ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Dilma), estarão acompanhadas de profissionais como o jornalista Florestan Fernandes Jr, que dirigiu o núcleo da EBC em São Paulo, e Lalo Leal Filho, acadêmico e estudioso da mídia televisão, que já teve um programa na TV Brasil sobre o tema.
Integram, ainda, a equipe de comunicação do governo de transição o jornalista e ex-secretário de Comunicação do GDF Hélio Doyle e a ex-deputada federal e jornalista Manuela D'Ávila. A lista completa está no Blog do CB.Poder
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