Manifestantes bolsonaristas prepararam uma espécie de manual para evitar que sejam acusados de "golpistas" durante os atos convocados para este feriado, de 15 de novembro, em frente aos quartéis do Exército. A estratégia é desvincular o movimento de um ato criminoso.
Em Brasília, há um acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército. O grupo é formado por apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições presidenciais, e defende a intervenção militar para evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que é inconstitucional.
Os manifestantes, contudo, resolveram defender publicamente pautas mais genéricas, como o apoio à "liberdade de expressão", ao poder soberano do povo e pedidos de "socorro" às Forças Armadas. Em frente ao QG também há faixas com mensagens como "SOS Forças Armadas" ou "Exército nos salve".
Em grupos que organizam as manifestações, há mensagens orientando como deve ser o protesto. Eles alertam para possíveis infiltrados e até para a presença da imprensa no acampamento.
Os organizadores pedem para que as declarações fiquem claras: não à censura; ilegitimidade nas urnas; justiça; e não à corrupção.
Apesar dos questionamentos bolsonaristas ao resultado da eleição, a Justiça Eleitoral atestou a segurança do processo e a transição de governo está em curso.
A palavra "intervenção" tem sido evitada. Apesar disso, todos os atos se dirigem aos militares e o acampamento em Brasília está montada numa praça em frente ao QG do Exército.
Outra mensagem enviada aos manifestantes traz um "ponto a ponto" com orientações, como não sair de frente dos quartéis, não ir para a frente do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e "não fazer baderna".
O governo do Distrito Federal vai impedir o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios e manterá bloqueado o acesso de pedestres à Praça dos Três Poderes, onde fica a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os manifestantes bolsonaristas também tentam desvincular os atos da influência do presidente Jair Bolsonaro, e pedem para que imagens e temas da campanha de Bolsonaro não fiquem expostos.
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