CONGRESSO

Cabe ao STF acabar com o orçamento secreto, diz secretário-geral do PT

Em entrevista ao programa CB.Poder, o deputado federal Paulo Teixeira falou sobre a transição do governo, orçamento secreto e apoio do partido nas eleições para o comando da Câmara e do Senado no ano que vem

Jéssica Andrade
postado em 09/11/2022 16:25 / atualizado em 09/11/2022 16:26
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

O secretário-geral do Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Teixeira, concedeu uma entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — na tarde desta quarta-feira (9/11). Entrevistado pela jornalista Denise Rothenburg, o deputado federal comentou sobre a transição e as prioridades do novo governo e fez uma avaliação sobre o orçamento secreto.

Segundo o petista, o primeiro e mais importante passo é pacificar o Brasil, que atualmente está divido entre os dois principais espectros políticos — direita e esquerda. "O Brasil viveu uma campanha eleitoral muito disputada. Mas tem gente que não entendeu que acabou a campanha ainda, né? Que está em movimento de questionamento, de ofensas. Nós temos que baixar o clima e unir novamente o nosso país para um de desenvolvimento que o Brasil precisa no mundo, que tenha uma indústria, que seja sustentável e que tenha mais social e uma democracia vibrante", avalia Teixeira.

Já na relação com o Congresso, o parlamentar acredita que o presidente eleito não deve encontrar muita resistência, devido a necessidade dos programas propostos por Lula para a população. Paulo também destacou que, independentemente do candidato eleito, as dificuldades com o orçamento seriam as mesmas, pois ambos fizeram as mesmas promessas durante a campanha.

"Todos os candidatos se comprometeram que o salário mínimo teria uma valorização acima da inflação. Ainda que seja pequena no primeiro ano, é importante você já recuperar o salário mínimo. Tem também o problema da farmácia popular, que não tem recursos no orçamento. Tem o problema da merenda escolar que não tem recursos no orçamento”, destaca o secretário.

De acordo com o Paulo Teixeira, não apenas o presidente eleito prometeu auxílios e ajustes no salário mínimo. "O atual presidente também falou as mesmas coisas. Ele até meio que copiava Lula. (Lula) falava uma coisa e pumba: (Bolsonaro) replicava do lado de lá. Lula falava outra coisa e (Bolsonaro) implicava do lado de lá”. Sendo assim, ele avalia que esses temas serão tratados como objeto de uma unidade maior e que ambos os candidatos sabiam dos riscos eleitorais e mesmo assim foram favoráveis a eles.

Paulo Teixeira também classifica que Lula tem recebido “muito” apoio e de forma “rápida” por parte do Congresso. “Os partidos estão indo para uma posição dura, quem? Quais partidos? Veja: primeiro, como se posiciona o MDB? MDB hoje anunciou três grandes nomes para transição. Como é que está se posicionando o PSD, do Gilberto Kassab? Ele colocou algumas condições, entre elas o apoio ao Rodrigo Pacheco, mas já fala em diálogo”, apontou o secretário ao afirmar que os partidos mais radicais não serão um número que impeça o novo governo de trabalhar.

Orçamento secreto

O secretário-geral do PT criticou ainda o orçamento secreto e atribuiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o trabalho de acabar com as tais emendas de relator. Para ele, o orçamento secreto ‘fere de morte’ o princípio da transparência e da eficiência. “O sujeito que paga imposto, eu pago imposto, faz sempre pensando que esse dinheiro será destinado a uma boa finalidade - vai para a saúde, para a educação, vai para a segurança pública. Agora, o orçamento secreto vai para um afinalidade que não tem virtudes. Vai para a corrupção. Ele é uma diluição dos recursos públicos”, pondera.

Pacheco e Lira

A jornalista Denise Rothenburg perguntou a Paulo Teixeira se o Partido dos Trabalhadores e o presidente eleito vão apoiar Rodrigo Pacheco e Arthur Lira para a reeleição na presidência do Senado e da Câmara, respectivamente. “Pergunta de milhões”, brincou o parlamentar, ao confirmar que os partidos de base do PT não terão candidatos à presidencia das Casas Legislativas.

Segundo o deputado, a decisão de apoiai Lira e Pacheco estão no “radar” do PT e de Lula, no entanto, as eleições no Senado e na Câmara acontecerão apenas em fevereiro. Portanto, segundo ele, no momento, a prioridade do presidente eleito serão as questões mínimas existenciais para a população, que Lula tem que equacionar já no dia primeiro de janeiro de 2023.

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