Apesar de economistas confirmados na equipe de transição — como André Lara Resende, Pérsio Arida e Nelson Barbosa —, as apostas de fontes do mercado e de pessoas próximas ao futuro governo são em Henrique Meirelles para ministro da Fazenda, pasta que será recriada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista ocupou o posto no governo Michel Temer (MDB) e foi presidente do Banco Central nos dois mandatos de Lula.
O presidente eleito deu sinais de que nem todos os integrantes da equipe de transição terão cargos garantidos no primeiro escalão do governo. Com isso, ex-integrantes de governos petistas veem Meirelles como forte candidato para chefiar a equipe econômica.
Não à toa, a confiança do mercado em Meirelles é grande e sobrepõe-se tanto a Arida quanto a Resende, autores do "Plano Larida", que deu origem ao Plano Real, mas que, hoje, são vistos como água e óleo em termos de política econômica.
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Enquanto Resende continuou na academia, se atualizando do ponto de vista da teoria econômica, passou a defender a inclusão maior dos vulneráveis no Orçamento e mais gastos na área social, Arida permaneceu no mercado financeiro e manteve o discurso mais fiscalista. E, como nenhum dos dois tem experiência como gestor de uma área tão complicada e sensível como a Fazenda, Meirelles ganha em pontos, especialmente, porque foi o coordenador da equipe que criou o teto de gastos.
Em entrevistas recentes, Meirelles vem dando o roteiro do que poderá ser feito para criar espaço fiscal capaz de incluir as promessas de Lula, como o auxílio permanente de R$ 600 e o reajuste do salário mínimo acima da inflação, além de recuperar a credibilidade da política fiscal. Ao Correio, por exemplo, defendeu a reforma administrativa como fundamental para reduzir despesas e gerar recursos nessa direção.
Além disso, o ex-ministro possui grande traquejo político, algo essencial para a função que será alvo de demandas de congressistas nas pautas orçamentárias.
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