Manifestações antidemocráticas

CNI alerta para "iminente desabastecimento e falta de combustíveis"

Em nota divulgada nesta terça (1°/11), a Confederação Nacional da Indústria disse ainda que os bloqueios já prejudicam o transporte de cargas essenciais, como insumos hospitalares

Victor Correia
postado em 01/11/2022 21:08 / atualizado em 01/11/2022 21:08
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou, nesta terça-feira (1°/11), para o "iminente desabastecimento e falta de combustíveis" caso os bloqueios de rodovias por manifestantes bolsonaristas não sejam liberados. Segundo a entidade, as indústrias já estão sentido os efeitos na produção.

"A CNI alerta para o iminente risco de desabastecimento e falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas. As indústrias já sentem impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores", disse a confederação em nota enviada à imprensa. "As paralisações também já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais", acrescenta.

Segundo levantamento da CNI, 99% das empresas dependem do transporte rodoviário. Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas no último domingo (30/10), grupos bolsonaristas bloqueiam rodovias em diversos estados em manifestações antidemocráticas, pedindo intervenção militar.

"O setor industrial se posiciona contrariamente a qualquer movimento que comprometa a livre circulação de trabalhadores e o transporte de cargas, e que provoque prejuízos diretos no processo produtivo e na vida dos cidadãos - os mais impactados com essa situação. O direito constitucional de ir e vir dos brasileiros precisa ser respeitado. A CNI é veementemente contrária a qualquer manifestação antidemocrática que prejudique o país e sua população", disse ainda a Confederação.

A nota da entidade diz ainda que a CNI monitora o impacto dos bloqueios e está em contato direito com instituições "visando a célere liberação de rodovias federais e estaduais, com a observância da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)".

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