Ao lado de ministros, mais de 44 horas depois da apuração das urnas, e em breve discurso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu indiretamente a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em pronunciamento no Palácio da Alvorada, o presidente não citou o nome do petista, e ainda não havia ligado parabenizando-o conforme o protocolo, mas disse que cumprirá a Constituição e agradeceu os mais de 58 milhões de votos recebidos. Ele ainda se colocou como um líder da direita.
"A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil, nossos sonhos seguem mais vivos que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso, mesmo enfrentando todo o sistema superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário de meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei que ia controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade de religião, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde a amarela da nossa bandeira", apontou.
Até então, Bolsonaro havia se mantido em silêncio. A imprensa foi chamada para dentro da Residência Oficial às 14h30 para onde seguiu de van. Por volta das 16h30, o presidente desceu para discursar acompanhado do candidato a vice, Braga Netto, e ministros como Ciro Nogueira (Casa Civil), Marcelo Queiroga (Saúde), Paulo Guedes (Economia), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça), Marcelo Sampaio (Infraestrutura), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Carlos França (Relações Exteriores), Célio Faria (Secretaria de Governo) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral).
Por meio das redes sociais, o ministro das Comunicações, Fábio Faria comentou as falas do presidente.
"PR Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de votos, falou em injustiças, mas disse que respeitará a Constituição, que o povo dele é ordeiro e pediu respeito ao direito de ir e vir, mas contra a paralisação de estradas que prejudicam a economia. @ciro_nogueira comanda a transição."
PR Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de votos, falou em injustiças, mas disse que respeitará a Constituição, que o povo dele é ordeiro e pediu respeito ao direito de ir e vir, mas contra a paralisação de estradas que prejudicam a economia. @ciro_nogueira comanda a transição.
— Fábio Faria (@fabiofaria) November 1, 2022
Mais cedo, o presidente recebeu o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, além também a visita do vice da chapa, Walter Braga Netto, do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e do deputado Hélio Lopes (PL-RJ) e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O presidente ainda convidou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma conversa no Palácio da Alvorada. Porém, o convite foi declinado pelos magistrados que não quererem ter a imagem vinculada ao presidente que ainda não havia reconhecido a vitória do opositor.
"Bolsonaro reafirma o compromisso com as bandeiras da liberdade, pátria, família e com a constituição brasileira. Lidera 58 milhões de brasileiros e fez as maiores bancadas na câmara dos deputados e no senado. Inicia-se a transição de governo", disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
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