Eleições 2022

24 horas após derrota nas urnas, Bolsonaro mantém silêncio sobre eleições

Enquanto Bolsonaro se silencia, o atual vice-presidente Mourão, eleito senador pelo Rio Grande do Sul, conversou por telefone com o vice de Lula, Geraldo Alckmin para tratar sobre a transição

Mais de 24 horas após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Jair Bolsonaro (PL) continua em silêncio e ainda não reconheceu a derrota sofrida nas urnas.

Pela manhã desta segunda-feira (31/10), no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo recebeu aliados como o vice de sua chapa, Walter Braga Netto, além do filho, o senador Flávio Bolsonaro, o ajudante de ordens, Major Cid, e outros assessores. Depois, cumpriu expediente parte do dia no Planalto, onde se reuniu novamente com os já citados e ainda com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, Flávia Arruda e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

Ao retornar à residência oficial, por volta das 16h, Bolsonaro não falou com a imprensa, mas recebeu visitas como a do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A assessoria de imprensa informou por volta das 17h que não havia expectativa de pronunciamento por parte de Bolsonaro. A previsão é de ele faça uma declaração na terça-feira (01).

Enquanto Bolsonaro se silencia, o atual vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, conversou por telefone com o vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) para tratar sobre a transição e se colocou à disposição do mesmo.

Já no final da noite, o coordenador de comunicação de campanha do PT, Edinho Silva também ligou para o ministro da Casa Civil e coordenador da campanha do presidente, Ciro Nogueira.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi a primeira da família a comentar o resultado das urnas. Ela compartilhou um trecho bíblico sobre a "verdade". "Salmos 117: Louvai ao senhor todas as nações, louvai-o todos os povos. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor", escreveu nos stories.

Também por conta da notícia de unfollow mútuo com Bolsonaro, Michelle foi às redes sociais para rebater o assunto, afirmando que o presidente não é o responsável por administrar as próprias redes, tarefa incumbida ao filho Carlos Bolsonaro. Ela afirmou ainda que ela e o presidente seguem "firmes e unidos".

“Conforme o Jair explicou em várias lives, quem administra essa rede não é ele. Eu e meu esposo seguimos fortes, unidos, crendo em Deus e no melhor para o Brasil. Estaremos sempre juntos, nos amando, "na alegria e na tristeza"".

Isso porque internautas observaram que tanto Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não estão se seguindo no Instagram. A primeira-dama também não é seguida por nenhum dos três filhos políticos do presidente, Flávio, Eduardo e Carlos. Dos três, ela ainda segue Flávio e Eduardo. Tanto ela quanto Carlos não mantêm uma relação próxima.

Já o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), agradeceu aos eleitores pela “maior votação” da vida do chefe do Executivo, com 58.206.354 milhões de votos e pediu que os apoiadores “erguessem a cabeça” e “não desistissem do Brasil”.

“Obrigado a cada um que nos ajudou a resgatar o patriotismo, que orou, rezou, foi para as ruas, deu seu suor pelo país que está dando certo e deu a Bolsonaro a maior votação de sua vida! Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!”, escreveu.

Minutos depois, Flavio escreveu uma mensagem direcionada ao pai. "Pai, estou contigo pro que der e vier!", pontuou.

Bolsonaro é o presidente que mais demorou a reconhecer o resultado das urnas no dia e o primeiro no comando do país a não ser reeleito. A expectativa no QG bolsonarista, no entanto, é que o presidente não conteste o pleito. Assessores disseram ainda que o presidente passou o dia redigindo o pronunciamento e ouvindo conselhos da base aliada e de ministros.

No dia 30, data do segundo turno, Bolsonaro preferiu se recolher e não recebeu aliados nem simpatizantes. Entre os líderes mundiais que reconheceram Lula como presidente estão Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal; Emmanuel Macron, presidente da França; Joe Biden, presidente dos Estados Unidos e Gabriel Boric, do Chile.

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