A revista Nature, publicação de referência na comunidade científica, publicou nesta terça-feira (25/10), um editorial apoiando o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições.
A revista aponta que a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) seria uma “ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente”. Há quatro anos, quando o atual presidente foi eleito, a publicação já havia se posicionado, afirmando que “a eleição de Jair Bolsonaro é ruim para a pesquisa e o meio ambiente”.
A publicação descreveu o mandato de Bolsonaro como "desastroso para a ciência, o meio ambiente, o povo do Brasil – e do mundo", afirmando que ele "assumiu o cargo negando a ciência, ameaçando os direitos dos povos indígenas, promovendo armas como solução para preocupações de segurança e promovendo uma abordagem de desenvolvimento a todo custo para a economia".
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O editorial comparou ainda Bolsonaro com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentando semelhanças entre os líderes em relação à postura frente à covid-19 e aos ataques ao estado democrático de direito.
Outro ponto abordado foi o desmonte da ciência e a inovação sob o governo Bolsonaro. "O financiamento para ciência e inovação estava diminuindo quando Bolsonaro assumiu o cargo e continuou sob sua liderança, a ponto de muitas universidades federais estarem lutando para manter as luzes acesas e os prédios abertos", escreve a publicação.
E comparou com o investimento durante o governo petista, ressaltando os trabalhos na ciência e inovação, nas políticas de proteções ambientais, na ampliação de oportunidades educacionais e no Bolsa Família.
A publicação finaliza afirmando que os últimos quatro anos no Brasil "são um lembrete do que acontece quando aqueles que elegemos desmantelam ativamente as instituições destinadas a reduzir a pobreza, proteger a saúde pública, impulsionar a ciência e o conhecimento, proteger o meio ambiente e defender a justiça e a integridade das evidências".
Além de reforçar a oportunidade do brasileiro para "começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou."
"Se Bolsonaro pegar mais quatro anos, o dano pode ser irreparável", finaliza.