O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (26/10) que o presidente da República precisa ter diálogo com prefeitos e governadores. A fala ocorreu durante encontro com representantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM), onde o petista recebeu um documento com propostas dos prefeitos para os próximos quatro anos.
"Um presidente da República não pode governar seu país sem conversar com os governadores e sem conversar com os prefeitos", afirmou Lula. "Eu estou dizendo todo dia que, se ganhar as eleições, logo no começo, no mês de janeiro, eu vou ter uma reunião com os governadores para repactuar o pacto federativo. E depois eu vou conversar com os prefeitos", disse o petista, durante discurso na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo.
Lula disse também que os prefeitos são os que recebem pressão direta dos eleitores. "É na cidade que o povo vai na casa do prefeito xingar o prefeito, as vezes até incentivado por vereadores", brincou Lula. "Só tem que perguntar o seguinte: quantas coisas um presidente da República fez? Eu lembro que teve um tempo que vocês eram recebidos com cachorro policiais", acrescentou.
Saiba Mais
Os representantes de municípios brasileiros entregaram a Lula um documento defendendo medidas como uma "profunda revisão do pacto federativo", apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 122/2015, que veda a criação de novos encargos a municípios sem alocação de recursos para financiar, apoio na revisão do sistema tributário atual, entre outras medidas. Em 19 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o mesmo documento, intitulado Carta do movimento municipalista brasileiro aos candidatos à Presidência da República.
Aos prefeitos presentes, Lula prometeu cumprir pelo menos parte das reivindicações. "Se a gente ganhar as eleições, os prefeitos serão tratados com muita dignidade, com muita deferência, com muito respeito, e posso dizer para vocês que muitas coisas que vocês reivindicam são simplesmente obrigação do Estado", disse Lula, que também defendeu a relação que mantinha com os municípios durante seus governos. "Nós criamos na Casa Civil uma sala para prefeitos. Nós criamos em cada superintendência da Caixa Econômica, em cada estado, uma sala para atender prefeitos", declarou.
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