O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (21/10) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu opositor nas eleições ao Palácio do Planalto, faltará ao debate no SBT porque “brochou”.
A declaração ocorreu durante encontro com um grupo de lutadores em São Paulo, ao lado do candidato Tarcísio Freitas (Republicanos), que disputará o segundo turno ao cargo de governador de São Paulo contra Fernando Haddad (PT). “O outro cara não vai. Brochou, pô. Acho que eu coloquei as mãos nas costas dele e ele ficou arrepiado”, disse gargalhando, em referência ao último debate ocorrido na Band.
A campanha de Lula informou que o petista recusou o convite para o debate do SBT por incompatibilidade de agenda. O candidato do PT tem agenda eleitoral em Minas Gerais nesta sexta-feira e no sábado. Bolsonaro, que desde o início da campanha já havia afirmado que compareceria em todos os debates destas eleições, confirmou presença no confronto promovido pela emissora do Silvio Santos. Lula também não participará do debate realizado pela TV Record no próximo dia 23. Com isso, Bolsonaro passará por uma sabatina.
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“Se tivesse com roupão vermelho, tinha enchido de porrada já”
O chefe do Executivo foi presenteado pelo grupo com uma luva e um cinturão personalizados com a letra B estampada. Um dos atletas ironizou afirmando que a luva “é para 10 dedos”. Outro lutador, um grão-mestre do jiu-jitsu, fingiu ser o petista enquanto Bolsonaro simulava socá-lo. “Se tivesse com roupão vermelho, tinha enchido de porrada já”, apontou o presidente, levando os presentes aos risos.
“Eu não posso falar bem de mim. Eu sei que sou imbrochável. Eu sei disso. Entre outras qualidades que não vou falar aqui, porque, senão, podem me enquadrar em fake news”, brincou. E aproveitou para criticar o PT. “Imagina se fosse o Haddad durante a pandemia.”
Ainda segundo Bolsonaro, “qualquer coisa na vida, se colocar o cara errado, vai ter problema”. “A vantagem é que eu tenho certeza que tem a mão de Deus no Brasil”, emendou, apontando ainda ter “resgatado o patriotismo".
O chefe do Executivo disse também que o país é um exemplo para o mundo. "Apesar da pandemia, a gente lamenta as mortes, o Brasil está dando exemplo para o mundo na questão econômica. Tudo vem dando certo, graças a Deus, em função obviamente do povo alegre, feliz, trabalhador, que começa a conhecer o seu potencial."
Entre os lutadores presentes no encontro estavam Wanderlei Silva, Maurício Shogun, Fabrício Werdum, José Aldo, Rodrigo Minotauro, Thomas de Almeida, Patricio Pitbull, Marcus Buchecha, Cyborg e Murilo Ninja. Alguns deles discursaram e teceram apoio ao presidente para sua reeleição.
Wanderlei Silva disse que “a luta é pelo Brasil”. Já Fabrício Werdum, apontou considerar Bolsonaro “um faixa preta”. “Nós te consideramos aqui um faixa preta, cada um na sua área, mas te consideramos um faixa preta da sua arte. Estamos muito felizes pelo que tem feito pelo país.” E emendou: “O presidente é dos nossos. Quem luta de verdade, vota 22”.
"Incorruptível"
José Aldo comparou o Brasil com uma empresa e, em referência a Lula, disse que o ex-presidente cometeu "furtos e corrupção". “Até que contratei um novo gestor para minha empresa Brasil. Mesmo com pandemia, guerra, estamos superando na economia, batendo recorde em cima de recorde.”
Maurício Shogun alegou que o PT governou por 14 anos, com históricos de roubos. E relatou que, para ele, Bolsonaro é "incorruptível".
“E ele tinha um lema [o PT], uma regra entre eles: ‘Pessoal, pode roubar à vontade. Só não nos desobedeçam’. Não vamos deixar isso acontecer mais. Eu sei que meu presente é incorruptível. Ninguém vai conseguir corromper ele, eu sei porque conheço ele”, completou.
A deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL) citou iniciativas do governo no meio esportivo. Fabio Wajngarten também acompanhou o presidente no evento.
Ao fim, enquanto lutadores autografavam uma camiseta do Brasil, o presidente questionou: “Quem quer picanha aí?” A afirmação é uma indireta a Lula, que prometeu o retorno do churrasco de picanha na mesa do brasileiro caso reeleito.
Nesta semana, o candidato também se reuniu com artistas da música sertaneja, além de prefeitos e vereadores de várias regiões do país. Em uma grande ofensiva da campanha de reeleição na região Sudoeste do país, o presidente passará quatro dias em São Paulo.