A campanha de Jair Bolsonaro entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a cassação da chapa da coligação Brasil da Esperança, formada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). O processo pede ainda a suspensão imediata dos perfis do deputado federal reeleito e coordenador da campanha de Lula nas redes sociais, André Janones (Avante-MG).
Principalmente na disputa do segundo turno, Janones elevou o tom da campanha e passou a responder ao bolsonarismo na mesma moeda. Se antes as reclamações de fake news partiam majoritariamente de integrantes da esquerda, nos últimos dias aliados de Bolsonaro passaram a se queixar dos vídeos e assuntos levantados pelo deputado mineiro.
Em um documento com mais de 50 páginas, a defesa da campanha de Bolsonaro afirma que Janones teria produzido "uma fábrica de fake news" com apoio e ciência de Lula. O pedido classifica os conteúdos produzidos pelo deputado em quatro grupos: conteúdos sabidamente inverídicos; conteúdos ofensivos à honra; conteúdos voltados à redução da eficácia de decisões judiciais; e conteúdos depreciativos à atuação do Judiciário e de advogados adversários.
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"A utilização coordenada e deliberada das redes sociais, em larga escala, como instrumento e estratégia de campanha, para a disseminação de notícias sabidamente falsas, caracteriza abuso dos meios de comunicação social e atenta contra a legitimidade do pleito. O deputado André Janones, em verdadeiro e reconhecido atentado à democracia, tem utilizado redes sociais para fomentar o compartilhamento em massa de informações falsas, fato esse que já é público e notório, com inequívoco conhecimento e apoio financeiros e material da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva", dizem os advogados de Bolsonaro". "O investigado se aproveita do período de tempo em que as notícias falsas ainda não foram desmentidas para, ardilosa e deliberadamente, dar a elas visibilidade em suas redes sociais", complementam.
Pelo Twitter, André Janones falou com apoiadores sobre a representação apresentada contra ele no TSE.
"Agradeço às manifestações de solidariedade depois da ação que o presidente da República decidiu mover contra mim, porém, peço que não façamos esse debate por aqui, pois ele deve ser travado nos tribunais! Nada de jogar o povo contra a Justiça. Somos democratas e respeitamos a lei. Até aqui, cumpri todas as decisões emanadas pela justiça, e assim será, até o final!", disse.
Além da ação no TSE, a ofensiva contra Janones também será feita na Câmara dos Deputados. O ministro da Casa Civil e presidente do PP, Ciro Nogueira, informou via Twitter que o partido entrará com uma representação no Conselho de Ética contra Janones por "atos antidemocráticos''. A publicação foi respondida por Janones. "Atos antidemocráticos? E aquela história de fechar o STF? De dizer que estavam "esticando demais a corda", de chamar o Ministro Alexandre (de Moraes) de canalha e dizer que não cumpriria mais as decisões dele e etc? Era só brincadeirinha?".