ELEIÇÕES 2022

Debate na Band: Lula e Bolsonaro terão 1 hora de confronto direto

Os presidenciáveis travam embate no domingo que encerra a primeira metade das campanhas de um segundo turno, até aqui, marcado por trocas de acusações, informações falsas e busca por apoios políticos

Nesta noite, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontram pela primeira vez desde o confronto nas urnas que apontou uma forte polarização entre os dois já no primeiro turno das eleições presidenciais. Às 20h deste domingo (16/10), os candidatos participam de debate promovido por pool formado pelo portal UOL, o grupo Bandeirantes, a Folha de S.Paulo e a TV Cultura, com apoio do Google e YouTube.

Os presidenciáveis travam embate no domingo que encerra a primeira metade das campanhas de um segundo turno, até aqui, marcado por trocas de acusações, informações falsas e busca por apoios políticos ao redor do país. Enquanto isso, propostas para o próximo mandato são relegadas ao segundo plano.

O debate será dividido em três blocos e terá perguntas feitas por jornalistas e embates diretos entre os participantes. Uma hora inteira será reservada para que os candidatos façam perguntas entre si com tema livre. Em caso de ofensas morais ou pessoais, Lula e Bolsonaro poderão pedir direito de resposta, que, se concedido, dará 1min a mais para o candidato ao fim de cada bloco.

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O debate bloco a bloco

O primeiro encontro do segundo turno ocorre após eleição marcada pela polarização já na primeira etapa, com Lula somando 48,43% dos votos e Bolsonaro, 43,20%. As pesquisas eleitorais apontam que o resultado das urnas no dia 30 seguirá a tendência de uma disputa acirrada. Se seguir as tendências dos debates do primeiro turno e das campanhas de ambos os candidatos, temas como religião, corrupção e ataques pessoais devem ser a tônica da noite de hoje.

No primeiro bloco, os candidatos serão perguntados pelos mediadores do debate. Lula será o primeiro a responder. Ambos terão um minuto e meio para a resposta. 

Depois, os participantes iniciam um embate direto e cada um terá 15 minutos para administrar entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas.

 No segundo bloco, quatro jornalistas dos veículos que formam o pool formularão perguntas aos presidenciáveis. Bolsonaro responde à primeira e à terceira perguntas; e Lula  a segunda e quarta questões. Cada candidato terá 1min30 para a resposta e não haverá réplica ou comentários.

O terceiro e último bloco começa com uma mesma pergunta sendo feita pelos mediadores para os dois candidatos. Lula começa respondendo, e ambos terão 1min30 para a resposta. Na sequência, os presidenciáveis terão 15 minutos para embate direto, nos mesmos moldes do primeiro bloco. O debate se encerra com 1min30 para considerações finais dos dois participantes.

Relação dos debates no segundo turno 

Mais quatro debates estão previstos até a eleição, em 30 de outubro. Os candidatos não confirmaram participação em todos os eventos. Lula já disse que pretende comparecer a dois embates com o atual presidente no segundo turno, enquanto Bolsonaro disse em entrevista exclusiva aos Diários Associados, na quarta-feira, que estará em todos os debates. 

As datas e os organizadores  dos próximos debates são:

  • 17 de outubro, Rede TV! e Metrópoles
  • 21 de outubro, CNN Brasil, SBT, Estadão, Veja, Terra e NovaBrasilFM
  • 23 de outubro, TV Record
  • 28 de outubro, na TV Globo

Campanhas eleitorais agressivas

O primeiro embate direto entre os presidenciáveis ocorre em momento quente das campanhas, focadas, mais do que nunca, em ataques ao adversário. "É bom a gente marcar que o segundo turno é um campo propício para um aumento do volume da frequência da intensidade de desinformação, porque o segundo turno é naturalmente polarizado. A gente costuma falar que a eleição está polarizada, mas o segundo turno é, por design, uma polarização. A máquina de desinformação foca mais, tem um alvo muito específico. O que temos este ano é uma eleição já muito polarizada e que ganha novo impulso com a chegada do segundo turno", avalia Carlos Affonso Souza, diretor e cofundador do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), sobre o cenário eleitoral.

A campanha oficial de Lula começou o segundo turno apostando em um tom mais ríspido nas críticas ao candidato do PL. Os programas petistas seguiram explorando a gestão do atual governo na pandemia e na economia, mas subiu o tom apostando no uso de materiais antigos de Bolsonaro, como uma entrevista em que o então deputado relatava uma ocasião em que foi convidado a participar de um ritual indígena envolvendo canibalismo.

Do lado de Bolsonaro, a campanha atacou Lula com foco na corrupção, focando nas condenações do ex-presidente na Operação Lava-Jato e associando a imagem do petista a organizações criminosas. Os programas do atual presidente chegaram a citar a votação no candidato do PT entre condenados pela Justiça e sugerir que o retorno de Lula ao Planalto simbolizaria a libertação de criminosos.

Presença de temas religiosos

Fora dos horários reservados à propaganda na TV e no rádio, o teor dos conteúdos que circularam envolvendo ambas as candidaturas foi ainda mais agressivo. Vídeos associando Lula ao satanismo obrigaram o petista a declarar que "jamais conversou com o diabo" e focar parte dos esforços da campanha no voto de religiosos. Do outro lado, registros de Bolsonaro em eventos da maçonaria circularam com o objetivo de questionar a postura cristã do candidato à re- eleição.

Em entrevistas e discursos ao redor do Brasil, ambos os candidatos focaram em alimentar a rejeição ao rival. ‘Pinguço’, ‘genocida’, ‘negacionista’, ‘traidor da pátria’, ‘ex-presidiário’, associações à Ku-Klux-Klan, ao canibalismo ou a Al Capone estão entre as ofensas que Lula ou Bolsonaro proferiram ao longo de duas semanas de segundo turno.

Nesse contexto, as campanhas acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por diversas vezes para solicitar a retirada de materiais de desinformação do ar. Em levantamento publicado pela Folha de S.Paulo na sexta-feira, a corte atendeu a 37 pedidos da equipe de Lula para retirar materiais que o associam a perseguição religiosa, corrupção, associação à organização criminosa paulista PCC, kit gay, incentivo ao uso de drogas, entre outras. Já Bolsonaro teve concedidos seis pedidos, que envolvem conteúdos que o ligavam a temas como nazismo, canibalismo, mortes por COVID-19 e violência política no período eleitoral.

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