As campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do candidato à reeleição, presidente Jair Bolsonaro (PL) não se enfrentam apenas nas urnas. Uma série de batalhas judiciais vêm sendo travadas em relação às estratégias eleitorais de cada um.
Na sexta-feira (7/10), o PT entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o Twitter cumpra o termo de cooperação firmado com a Corte para frear notícias falsas durante as eleições. Segundo a legenda, uma rede de 34 perfis, que incluem figuras públicas, perfis noticiosos e até anônimos, formariam uma rede articulada de fake news.
Com medo de que o TSE atenda ao pedido da campanha petista, Bolsonaro fez um apelo, durante sua entrevista ao canal Pilhado no YouTube, ontem. “Peço a Deus que nosso querido Alexandre de Moraes não entre nessa linha, até porque não tem motivos para derrubar essas 33 páginas. Duas são dos meus filhos”, disse.
Do outro lado, a campanha de Bolsonaro também recorreu à Corte para pedir a suspensão da veiculação de uma propaganda eleitoral em que associava o atual presidente a práticas de canibalismo. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino determinou, no sábado, que a mídia fosse imediatamente suspensa. A decisão tem caráter provisório.
Sobre o tema, Bolsonaro fez comentários com indignação durante a entrevista. "Fica o tempo todo o pessoal batendo na mesma tecla, como agora: 'pô, ele é canibal'". Ninguém sabe o que aconteceu nos anos 1990, quando entrou esse assunto? Que eu publicamente falei? Que foi gravado em vídeo! Ninguém é canibal, meu deus do céu. Falamos sobre a tradição dos yanomamis, lá numa reserva indígena chamada surucucu”, justificou.
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No vídeo, é exibido o trecho de uma entrevista de Bolsonaro em que ele afirmava que “comeria um índio sem problema nenhum”. A justificativa apresentada pela campanha de Bolsonaro foi de que a propaganda promove “grave e intencional descontextualização de entrevista concedida pelo candidato, como estratégia publicitária de desinformação e de criação artificial de estados mentais, emocionais e passionais, sugerindo que o representado seria capaz de consumir carne humana”, diz o texto.
O presidente afirmou, ainda, que não é verdadeiro que o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, será seu ministro, em caso de vitória nas urnas. “Segundo o (André) Janones (aliado de Lula), esse mentiroso, mal terrível a nação, eu vou colocar o Collor como ministro do Trabalho e Previdência e nós vamos confiscar a aposentadoria de todo mundo. Não sei quantos milhões de aposentados. Tem gente que acredita”, apontou. Bolsonaro disse que não há chances de que Collor seja convidado para ser seu ministro.