ELEIÇÕES 2022

Deputadas eleitas farão campanha por voto feminino em Bolsonaro

Parlamentares eleitas anunciam que se organizarão nacionalmente por aval das mulheres à reeleição de Bolsonaro. Nesse segmento, o presidente tem forte rejeição. Chefe do Executivo recebe respaldo formal de mais seis governadores

Na busca por apoio à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL), recebeu ontem, no Palácio da Alvorada, mais de 200 deputados federais eleitos. Entre eles, estavam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), além do caminhoneiro Zé Trovão (PL-SC) e do deputado Onyx Lorenzoni (PL), que disputa o segundo turno ao governo do Rio Grande do Sul. O objetivo do encontro foi pedir aos aliados que se dediquem a "conversar com os mais humildes" para virar votos.

A bancada feminina esteve representada pelas deputadas federais Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Caroline de Toni (PL-SC), Celina Leão (PP-DF) e Silvia Waiãpi (PL-AP); e das senadoras Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS).

Ajudando a segurar uma faixa com a frase "mulheres com Bolsonaro", Celina Leão afirmou que as parlamentares se organizarão nacionalmente para formar uma rede de apoio ao presidente em sua investida pela recondução ao Planalto. "Este é o presidente que levou água às mulheres ribeirinhas do Nordeste, que dobrou o Bolsa Família, que perdoou o Prouni (Programa Universidade para Todos), impagável. Cuida de mulheres, pobres, negras, periféricas. Vamos lutar todas unidas. Pode ter certeza, nós faremos a diferença", disse.

A senadora Tereza Cristina disse que Bolsonaro "vai para o segundo turno com um exército que vai levar o seu nome, o que nós já fizemos e o que este governo vai fazer no próximo mandato".

Já a primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu desculpas pelos palavrões proferidos pelo marido ao longo do mandato. "Perdão a todos pelos palavrões do meu marido, também não concordo, mas ele é assim. Tem gente que gosta, né?", frisou. Ela disse ter saído de sua "zona de conforto" ao ajudar Bolsonaro em sua campanha, discursando, principalmente, em ambientes religiosos e aparecendo em peças eleitorais. O presidente conta com a primeira-dama para diminuir a alta rejeição entre as mulheres.

Em seu discurso, Bolsonaro reconheceu ter ofendido famílias em meio à pandemia da covid-19, mas afirmou não ter tido a intenção e pediu desculpa. "Sempre falei demais, reconheço. Ofendi algumas pessoas de forma não intencional. Me desculpe, mas é o calor de uma luta da vida contra a morte. O caso da pandemia, quem poderia esperar, hoje em dia, estarmos no terceiro mês com deflação?", emendou, citando, ainda, a queda do preço da gasolina.

Ele voltou ao ataque contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário dele no segundo turno, no dia 30. "O outro lado diz que vai aumentar isso, manter aquilo, por que não fez antes, 14 anos atrás?", questionou. "Não podemos deixar que o Brasil volte a ser administrado por um partido que, além da vergonha mundial, só fez coisa errada aqui. Não é um candidato desconhecido, não é uma figura nova na política. É conhecida, e nós sabemos o que aconteceu, não queremos mais isso para o nosso Brasil."

Em indireta a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou ser necessário "defender a nossa liberdade na letra fria da Constituição" e que "não tem de ter limites". Segundo ele, os possíveis ofendidos nos diversos casos devem procurar a Justiça para ingressar com um processo.

Por sua vez, Arthur Lira disse que a eleição para o Legislativo mostrou que a maioria da população quer um Congresso "conservador" e também reiterou apoio à recondução do presidente. "O Brasil vai ter a oportunidade, no segundo turno, de escolher dois modelos bastante antagônicos. E ao povo vai caber essa escolha. Nós pedimos a compreensão e vamos, de uma maneira rebuscada, continuar afirmando: o Congresso Nacional que foi eleito pelos brasileiros, Senado e Câmara, foi feito para a permanência, a manutenção do governo Bolsonaro para os próximos quatro anos", enfatizou o presidente da Câmara.

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Governadores

Também no Alvorada, Bolsonaro ganhou o apoio formal de mais seis governadores: Ronaldo Caiado, de Goiás; Marcos Rocha, de Rondônia; Mauro Mendes, de Mato Grosso; e Wilson Lima, do Amazonas — todos do União Brasil —; além de Gladson Cameli, do Acre; e Antonio Denarium, de Roraima, ambos do PP.

"Em nome do povo goiano, venho aqui trazer e declarar apoio à reeleição de Vossa Excelência", disse Caiado. O governador goiano, o único que não apoiou Bolsonaro no primeiro turno, afirmou que as diferenças entre os dois foram superadas.

Mauro Mendes defendeu que o país está em "uma janela de oportunidades para continuar caminhando ao futuro e não dar um passo rumo ao passado". Ele destacou que se esforçará para que Bolsonaro tenha, no mínimo, 70% dos votos no estado. A fala foi endossada por Marcos Rocha, do Mato Grosso, onde Bolsonaro obteve 64% dos votos.

"Tenho certeza e afirmo com toda segurança: o presidente Bolsonaro é mais seguro e melhor para os 220 milhões de brasileiros. (…) Fujam do Lula para que vocês não tenham de fugir do Brasil", afirmou Denarium.

Bolsonaro se disse feliz em receber "mais um apoio de peso" à sua reeleição e caracterizou que disputará o segundo turno com "muita competitividade".

Horas depois, o presidente viajou a Minas Gerais.