Os institutos de pesquisa voltaram a ser alvo das críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados nesta quarta-feira (5/10). Em entrevista coletiva à imprensa, o presidente defendeu que sejam investigados os interesses por trás dos financiadores das pesquisas.
"Nós alertamos esses institutos que estão trabalhando na verdade para quem os contrata. E não é para fazer uma pesquisa séria. A intenção é interferir na democracia. Falam tanto de atos antidemocráticos. Isso é um ato antidemocrático. Esses números abusivos destes institutos de pesquisa que quase decidiram a eleição presidencial no primeiro turno, o que seria um desastre para o Brasil”, defendeu.
Segundo o presidente, a “volta do PT” já se mostrou prejudicial para o mercado. “O que aconteceu com a nossa economia na segunda-feira? O dólar caiu demais e a bolsa subiu bastante. É uma demonstração do que? Estavam precificando o que apontava o instituto de pesquisa. A volta do PT. E o mercado bem disse, pelos números na segunda-feira, que a volta do PT seria um desastre para o Brasil. Isso são números”, justificou. “Espero que os institutos de pesquisa não dobrem a aposta por ocasião do segundo turno”
Ao lado do presidente, o ministro da Justiça, Anderson Torres, comentou sobre o inquérito encaminhado na terça-feira (4/10) à Polícia Federal para que os institutos fossem investigados. “Números muito discrepantes da realidade que se teve nas urnas. [...] Nada melhor do que um inquérito policial, na Polícia Federal, para esclarecer tudo isso, até para a população brasileira, para que possa exercer seu direito, para que as pesquisas não fiquem direcionando muitas vezes questões de voto útil”, detalhou.
O ministro ressaltou, ainda, que há crime previsto em lei para tais casos. “Existe um crime previsto para isso que é a divulgação de pesquisas falsas, e a própria fake news. Tem fake news maior do que essa no momento, numa véspera de eleição? O inquérito é muito sério e a realidade vai vir à tona com o final do inquérito”, concluiu.