O presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou nesta terça-feira (4/10) o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União), eleito senador pelo Paraná. Em clima amistoso, o chefe do Executivo alegou que o desentendimento com o ex-juiz da Lava-Jato está "superado". A declaração ocorreu no Palácio do Planalto, após Moro ter apoiado Bolsonaro publicamente no segundo turno. Bolsonaro relatou ter conversado com o ex-juiz por telefone e o elogiou dizendo "certeza de que Sergio Moro será um grande senador".
"Sergio Moro não falou diretamente em apoio, mas foi uma conversa bastante amistosa. Apaga-se no passado qualquer divergência porventura ocorrida. Sergio Moro foi uma pessoa que realmente mostrou o que era corrupção no Brasil, levando dezenas de pessoas a condenações, deu uma nova dinâmica, muita esperança ao Brasil naquele momento. Então, o Moro vai continuar, no meu entender, agora como senador, trabalhando com o viés desse lado, assim como Dallagnol [ex-procurador da Lava-Jato, eleito deputado federal do Paraná] publicamente declarou apoio à minha eleição”.
Bolsonaro disse, ainda, tratar-se de uma "evolução". "Todos nós evoluímos. Eu mesmo errei no passado em alguns pontos e a gente evolui para o bem do nosso Brasil. Eu não posso querer impor a minha agenda pessoal. O Cláudio Castro [governador reeleito do Rio] mesmo já interferiu em algum momento conversando como devia me reposicionar em algum momento. Então, erramos, pedimos desculpas. Não temos compromisso com o erro e nós vamos evoluir", disse.
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O presidente afirmou que terá um "novo relacionamento" com Moro e que o "passado faz parte do passado". "Tenho certeza que o Sergio Moro será um grande senador, assim como Dallagnol. Está superado tudo. Daqui para frente é um novo relacionamento, Ele pensa, obviamente, no Brasil, e quer fazer o melhor para o país e para o seu estado. Então o passado é no passado, não tem contas a ajustar. Nós temos é que cada vez mais nos entendermos para melhor servimos a nossa pátria. Ele [Moro] mesmo, quando chegou aqui como ministro, não tinha nenhuma experiência política. Talvez isso tenha contribuído para alguns deslizes. Hoje em dia, o passado faz parte do passado. Não tenho nada desabonador para criticar o Sérgio Moro ou o Dallagnol, muito pelo contrário".
“Nós dois sabemos dos riscos que o Brasil corre com a possível volta da esquerda e não queremos rememorar um período de 14 anos onde a corrupção foi a máxima do desgoverno PT". No entanto, questionado se confiava em Moro, disse tratar de um detalhe: “Não vamos entrar nesse detalhe. Ele vai fazer um trabalho dentro do parlamento. Pretendo conversar pessoalmente com ele. Ele tem seus interesses, eu tenho os meus, mas no grosso, nós convergimos para um mesmo ideal”.
Moro deixou o governo em abril de 2020 fazendo denúncias contra Bolsonaro de interferências dele na Polícia Federal. O ex-juiz ainda tentou cacifar-se para a corrida presidencial. Já Bolsonaro, acusou Moro de condicionar uma troca no comando da PF a uma indicação do ex-juiz a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Hoje, por meio das redes sociais, Moro (União) declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, afirmando que Lula "não é uma opção eleitoral".
Ao lado de Bolsonaro após reunião no Planalto, o governador do Rio de Janeiro eleito, Claudio Castro (PL) também mostrou apoio a Bolsonaro, assim como o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), durante encontro no Palácio da Alvorada pela manhã.
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Como será no dia do segundo turno das eleições
Dia e horário de votação: o segundo turno será no domingo (30/10), das 8h às 17h, no horário de Brasília. A divulgação da apuração dos votos deve começar logo após o fechamento das urnas.
Onde votar: o eleitor pode conferir o local de votação no site do TSE. Ou por meio do aplicativo e-Título, acessando "onde votar".
Quem deve votar: todos os brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos, são obrigados a votar no dia da votação. O voto é facultativo apenas para quem tem entre 16 e 18 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos.