Ator, roteirista e cofundador do canal do YouTube Porta dos Fundos, Antonio Tabet anunciou nas redes sociais que é mais um artista a votar no candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. O artista expôs, em textos no Twitter e no Instagram, que o voto é primeiramente uma discordância ao que Bolsonaro representa. “O Brasil já foi sinônimo de de natureza, da alegria e do carnaval. Hoje, é de milícia, de morte e de mal”, critica Tabet em postagem em que posa para foto ao lado de Lula.
Antonio começa o texto citando o parceiro de Porta, Gregório Duvivier. Discordantes politicamente há anos, os dois estão do mesmo lado na eleição de 2022. “Se, antes, Gregório Duvivier me dissesse que eu apoiaria Lula, eu diria que ele enlouqueceu”, abre o texto o ator, que ainda rebate o caminho contrário: “Por outro lado, se eu dissesse que Lula seria novamente candidato, com o Alckmin de vice, ele diria que eu enlouqueci”. Ele conclui que não dá para acusar nenhum dos dois de loucura. “O fato é que nem eu, nem ele, nem Alckmin enlouquecemos. Quem enlouqueceu foi o país”, completa.
Tabet se mostra acreditar em uma vitória de Lula no primeiro turno, mas que não crê que o fato seria bem aceito pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro, que tenta a reeleição. “Derrotá-lo de forma categórica não evitará falsas alegações de fraude que respingariam em deputados e senadores. Afinal, quem acredita em terra plana acredita em qualquer coisa”, publicou o artista, que em outro momento disse que votaria em Ciro, mas que mudou de ideia a partir da possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno e também por conta da campanha que o terceiro candidato em intenção de votos fez. "Não pude ignorar uma campanha que expôs um comediante”, pontua.
O artista dá prosseguimento ao texto com críticas diretas ao governo de Bolsonaro, principalmente ao que acredita que o atual presidente implantou ideologicamente no Brasil. “A nação precisa de muito, mas não de um senhor de engenho que nomeia uma machista para mulheres, um racista para negros, incultos para a cultura, um ecocida para o meio-ambiente e ignorantes para a educação”, comenta em uma das passagens da postagem.
O cocriador do Porta dos Fundos relembra o atentado que a sede do canal sofreu às vésperas do Natal de 2019, atribui como um ataque de extrema-direita “sob a negligência de Sérgio Moro”. Também faz uma constatação direta sobre o que acha que é o Brasil de Bolsonaro. “O Brasil nunca foi exemplo de honestidade, penitência e educação. Mas o Brasil de Bolsonaro é o pior dos maus exemplos. É um exemplo mau. Ameaça a paz, as instituições, as minorias e a democracia”, escreve.
Na mesma toada, ainda desenvolve que acredita que o voto em Lula seja um voto pela democracia. “Em 1994, 1998, 2002 e 2006, não votei em Lula. Em 2022, votarei em Lula. Afinal, quero continuar votando (ou não votando) em quem eu quiser”, diz, já cobrando-o em caso de eleição. “Que seja o presidente dos seus, dos meus, de Ciro, Simone e de todos aqui”.