O presidente Jair Bolsonaro (PL) amargou derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que retorna ao poder pela terceira vez. Pela primeira vez na história política recente, um presidente da República no exercício do cargo não é reeleito. Mais de meia hora após a vitória do petista ser decretada, o atual presidente ainda não havia comentado o resultado das eleições no Palácio da Alvorada, onde a imprensa em peso segue aguardando um posicionamento.
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é eleito presidente pela terceira vez
- "Essa vitória é do povo brasileiro", diz Lula em discurso após ser eleito
- Bolsonaro vence em quase todo DF; Lula, apenas na Asa Norte
Mais cedo, ao votar no Rio de Janeiro, Bolsonaro se disse otimista com o resultado: "Expectativa de vitória". Após a votação, Bolsonaro recebeu jogadores do Flamengo no Aeroporto Internacional do Galeão. O time venceu a final da Libertadores contra o Athlético-PR no Equador.
Saiba Mais
Neste sábado (29), a capital mineira Belo Horizonte, foi escolhida pelo presidente para sua última motociata antes das eleições.
Em Brasília, apoiadores de Bolsonaro acompanharam a apuração na Esplanada dos Ministérios. Já os apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaram próximos à Torre de TV.
Base fiel e pautas ideológicas
Sem conseguir atrair novos eleitores, Bolsonaro voltou às origens e ignorou conselhos da parte pragmática do Centrão, que pedira um candidato mais sóbrio. Na prática, continuou em 2018, acenando a base fiel, defendendo ideais conservadores, como a pauta cristã anti-aborto, contra a legalização da maconha, o que chama de “ideologia de gênero” e a favor do armamento por parte da população.
Alavancado pela onda antipetista, Bolsonaro, ainda no PSL, foi eleito em 2018 com a promessa de combate à corrupção, permeada pelos sucessivos escândalos na Lava-Jato. Em 2018, durante agenda política em Juiz de Fora, pouco menos de um mês antes das eleições, o então candidato foi vítima de um atentado com uma facada que perfurou seu abdômen em Juiz de Fora (MG). A tragédia deu novo rumo à candidatura e fez com que Bolsonaro ganhasse maior notoriedade.
Já no primeiro ano de governo, Bolsonaro deixou o PSL após um racha na sigla e tentou criar um partido próprio, o Aliança Pelo Brasil, pelo qual tentaria a reeleição. No entanto, não conseguiu reunir as assinaturas necessárias para o registro e se uniu ao Partido Liberal, composto pelo Centrão. Em uma mudança de postura, o chefe do Executivo era um crítico ferrenho do grupo durante as eleições de 2018 e, agora, tem os parlamentares desses partidos como base de governo e fiadores da nova campanha.
Durante o pico da pandemia da covid-19, que já vitimou mais de 686 mil brasileiros, pregou contra a vacinação, disse que a doença seria uma "gripezinha", negou "ser coveiro", defendeu medicamentos sem eficácia comprovada e postergou a compra de vacinas.
Em meio à campanha por mais quatro anos na cadeira palaciana, na qual continua pregando o lema “Deus, pátria, família” acrescido de “liberdade”, o chefe do Executivo repetiu quase que diariamente “não ter errado em nada” na condução de políticas de saúde na pandemia e chegou a dizer que deu uma “aloprada” na fala sobre as mortes. Mas voltou a defender a cloroquina, como ‘tratamento precoce’, afirmou que quando falou em ‘virar jacaré’, ao se referir a possíveis efeitos colaterais da vacina, e disse que apenas usava uma ‘figura de linguagem’.
Como medida eleitoreira, com foco na população mais pobre, Bolsonaro aumentou, nos últimos meses, o valor da mensalidade do Auxílio Brasil para R$ 600, além de promover subsídios para caminhoneiros e taxistas. Também na frente econômica, destacou a queda do preço dos combustíveis. Mesmo tendo a máquina pública à disposição, os itens alimentícios e outros itens de consumo ainda seguem em alta, atingindo com mais força a população com menor poder aquisitivo. Logo, apesar dos sinais de melhora na economia, Bolsonaro não conseguiu reverter a vantagem de Lula.
Cobertura do Correio Braziliense
Para o segundo turno, o Especial de Eleições continua no ar, destacando toda a cobertura da disputa presidencial e governos estaduais. Siga o Correio no Twitter (@correio), Facebook, Instagram (correio.braziliense) e YouTube para se manter atualizado sobre tudo o que acontece nas eleições 2022.
Saiba Mais
- Política Observadores eleitorais apontam gravidade nas ocorrências relacionadas à PRF
- Política Lula vira e fica com vantagem nas urnas; acompanhe apuração
- Política TSE: 3.871 urnas eletrônicas foram substituídas neste segundo turno
- Cidades DF Com 99% das urnas apuradas, Jair Bolsonaro vence no Distrito Federal
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.