Lisboa — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, venceu as eleições para presidente da República em Portugal, segundo maior colégio eleitoral fora do país. Em Lisboa, ele teve 12.872 votos (64,5%), contra 7.085 (35,5%) do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição. No Porto, Lula liderou com 9.450 (64,80%) dos votos ante 5.134 (35,20%) de Bolsonaro. Em Faro, a proporção dos votos foi de 52% para o petista e de 48% para o atual presidente.
Foi um dia intenso nos três locais de votação. Em Lisboa, onde havia 45.273 aptos a votarem, foram computados 19.957 votos válidos. Desde a manhã deste domingo, o fluxo de eleitores era intenso na Faculdade de Direito onde foram instaladas as 58 urnas, divididas em 118 seções. Os portões do local de votação foram fechados pontualmente às 17h (horário local). Durante todo o dia houve manifestações em favor dos dois candidatos, o que obrigou a Polícia de Segurança Pública a intervir para evitar confrontos violentos.
Lula ganhou em boa parte dos países da Europa. Na França, segundo a consolidação dos boletins de urnas afixados no local de votação, o ex-presidente venceu com grande margem, registrando 82,94% dos votos, e Bolsonaro ficou com 17,06%. Na Finlândia, também o petista saiu vitorioso, com 73,1% dos votos ante 26,9% do atual presidente. Na Alemanha, com quase 90% das urnas computadas, Lula também liderava com mais de 60% dos votos. Bolsonaro venceu na Grécia, com 55,7% dos votos contra 44,3% de Lula.
Antes mesmo de os boletins de urnas serem apresentados, boa parte dos brasileiros que votaram em Portugal já comemorava a vitória de Lula no país. Em um dos locais mais movimentados da capital portuguesa, o Cais do Sodré, se transformou em uma roda de samba. Para o piauiense Fabiano Oliveira, 39 anos, o petista é a melhor opção para o Brasil, pois acabará com a rede de mentiras que tomou conta do país, além de colocar a economia no caminho do desenvolvimento. “Lula é a melhor opção para tocar o país”, ressaltou.
Eleitores de Bolsonaro, Inaldo e Beth Lima, assinalaram a importância da reeleição do presidente para o país. “Ele levará o Brasil para o primeiro mundo, com níveis de vida semelhantes aos da Dinamarca”, frisou ele. “Bolsonaro fará um país para todos, ao contrário da esquerda”, emendou ela. Para Alexandre Mendonça, 48, que trabalha no ramo de restaurantes, não há como apoiar a ideologia de gêneros da esquerda. Segundo o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, todo o processo de votação ocorreu sem grandes transtornos. Apenas uma urna registrou defeitos e foi imediatamente substituída.
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