Lisboa - A Polícia de Segurança Pública (PSP) foi obrigada a fazer uma intervenção para conter apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, e defensores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois grupos travavam uma batalha de gritos em frente à Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde ocorre a votação em segundo turno para presidente do Brasil. De início, a disputa estava pacífica, apenas com palavras de ordem, mas a chegada de um eleitor bolsonarista com uma caixa de som elevou os ânimos. Antes que o confronto se materializasse, os policiais isolaram os manifestantes do outro lado da rua, com uma distância relativa para que não se agredissem.
Portugal é o segundo maior colégio eleitoral fora do Brasil, com Lisboa, sozinha, concentrando 45.273 eleitores, mais do que muitas cidades brasileiras. No primeiro turno, Lula venceu em todos os três colégios no país europeu — além Lisboa, Porto e Faro —, com quase 60% dos votos. A expectativa é de que esse resultado se repita no segundo turno. Fabiano Oliveira, 39 anos, que levou o cão Jhonny Versace, para votar, disse estar confiante de que o petista se mantenha na dianteira e saia vencedor das urnas. “Espero que o Brasil vote consciente, pois estamos cansados de tanta mentira”, afirmou. “O país precisa retomar o desenvolvimento, e, na minha opinião só Lula pode fazer isso”, frisou.
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Eleitor de Bolsonaro, Alexandre Mendonça, 48, disse que compartilha do pensamento do presidente, que tenta a reeleição. “Deus, pátria família. Não quero que o Brasil volte a discutir a tal ideologia de gênero, defendida pelo PT”, assinalou. Ele reconheceu, porém, que não concorda com tudo o que o candidato do PL diz e faz. “Mas, no geral, ele é muito melhor”, acrescentou. Para Milton Silva, 55, também bolsonarista, o presidente vencerá as eleições, a não ser “que haja fraudes”. Desde que o Brasil adotou as urnas eletrônicas, em 1996, nunca se provou nenhuma fraude na votação.
Cristiano Leandro Batista, 34, que votou vestido de fantasma do comunismo, contou que optou pela fantasia para comparecer à seção eleitoral porque é preciso transformar temas como esse em chacota. “Ficam criando medo do comunismo, medo de tanta coisa, que é necessário fazer piada para desqualificar esse debate”, afirmou. Ele, que mora em Portugal há pouco mais de um ano e meio, admitiu que está apreensivo com o resultado das eleições, mas tem a confiança de que Lula será o vencedor. “Será voto a voto, mas Lula ganhará”, frisou.
Desde muito cedo, os brasileiros enfrentam longas filas em Lisboa para votar. Mas o bom humor prevalece. Até às 13h, mais de 10 mil pessoas já tinham cravado os votos nas urnas. Segundo o Consulado do Brasil na capital portuguesa, uma das 58 urnas disponíveis apresentou problemas depois de um pico de energia. Mas foi substituída imediatamente. Por segurança, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou cinco urnas a mais. Em Lisboa, cada urna está programada para receber até 800 votos, o dobro da média do Brasil.
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