Uma das novidades decididas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano é a unificação do horário eleitoral em todo o Brasil, seguindo o horário de Brasília. Mesmo assim não são garantidos o término da votação e o início da contagem de votos em todas as regiões brasileiras ao mesmo tempo.
Levando em consideração as pesquisas eleitorais divulgadas na última semana, Jair Messias Bolsonaro (PL) ganha do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em todas as regiões, exceto no Nordeste, onde o PT aparece com uma diferença de votos muito distante do PL. “É necessário levar em consideração duas coisas para quem quer prever o resultado futuro, primeiro, se o Bolsonaro conseguir uma vantagem larga de votos na primeira hora, a chance de Lula virar, mesmo que ele tenha uma expressão grande no Norte e no Nordeste, diminui porque são mais votos a serem apurados na região Sudeste”, explica Igor Lins, cientista político, com doutorado pela UnB.
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Segundo o último levantamento da Datafolha, realizado entre os dias 28 e 29 de outubro, no Centro-oeste Bolsonaro tem 58% e Lula, 38%; no Nordeste: Lula tem 67% e Bolsonaro, 28%; no Norte, Bolsonaro aparece com 49% contra 46% de Lula; no Sudeste Bolsonaro vence com 48% enquanto Lula tem 45%; e no Sul, Bolsonaro tem 57% e Lula, 37%.
Igor Lins considera que para o resultado real das eleições acompanharem a maioria das pesquisas que afirmam vitória para o candidato do PT, Lula a contagem inicial nas outras regiões do Brasil não podem demonstrar muita distância, principalmente na região sudeste onde há os três maiores colégios eleitorais.
Um dos motivos pelos quais a demora ocorre são as filas de eleitores que ainda não votaram na seção eleitoral depois das 17h. Para quem deixa "para em cima da hora" o TSE aconselha que os mesários distribuam senhas e organize o local para que todos consigam votar.
Segundo Igor Lins, isso ocorre também porque a apuração começa antes no Sul, Sudeste e Centro-oeste porque as justiças estaduais têm acesso aos arquivos das urnas antes. “No Norte e no Nordeste, por uma série de dificuldades, como o próprio transporte das urnas, o resultado começa sair depois porque a justiça eleitoral do estado demora mais a receber os resultados das seções", afirma o cientista político.
Segundo um levantamento feito pelo Correio Braziliense a respeito das eleições presidenciais dos anos passados, em 2014 a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) só passou na frente de Aécio Neves (PSDB), às 19h32, com 88,9% das urnas apuradas.
No caso de 2018, Fernando Haddad (PT) não ganhou a competição, mas só começou a diminuir a distância antes das 17h do atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, que venceu sendo lançado pelo PSL.
O primeiro turno de 2022, chegou a ser bastante comentado por internautas. Isso porque o candidato petista só conseguiu crescer na contagem 30 minutos depois de iniciar a divulgação da contagem. E mesmo que o resultado do primeiro turno tenha sido favorável para Lula, com final da disputa com 48,43% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro, o candidato do PT só conseguiu ultrapassar o atual presidente cerca de 20h.
*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader
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