Em resposta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que a Operação Eleições 2022 faz parte do calendário oficial da pasta e que tem o objetivo de combater crimes eleitorais. O posicionamento foi dado após o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, cobrar explicações sobre a força-tarefa na véspera do pleito.
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública esclarece que a Operação Eleições 2022 faz parte do calendário da pasta e é coordenada por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), em apoio ao trabalho da Justiça Eleitoral. A ação ocorre no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), em Brasília, e tem o objetivo de garantir a segurança e proteção dos cidadãos, eleitores e servidores da Justiça Eleitoral”, escreveu.
“São aproximadamente 500 mil profissionais trabalhando na segurança das eleições, tanto no primeiro como no segundo turno, sendo 10 mil agentes federais, entre Policiais Federais e Policiais Rodoviários Federais. O intuito é combater os crimes eleitorais, os principais delitos são: boca de urna, compra de votos e transporte ilegal de eleitores”, diz a nota.
Na tarde deste sábado, Moraes determinou que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) explicassem, em até quatro horas, as operações realizadas nos últimos dias para, supostamente, combater crimes eleitorais. Segundo o PT, partido do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, as atividades estariam favorecendo o candidato adversário, Jair Bolsonaro (PL).
O imbróglio gira em torno da operação especial do Ministério da Justiça para as eleições. Anderson Torres publicou nas redes sociais que a ação já havia resultado na apreensão de R$ 5 milhões. No entanto, não detalhou de onde veio o dinheiro, e quais eram as suspeitas sobre o montante.
Com isso, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) apresentou uma ação sobre um suposto favorecimento da PF e da PRF à campanha de reeleição de Jair Bolsonaro. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou no Twitter que recebeu denúncias de que as forças estariam sendo “instrumentalizadas” para fazer “operações com objetivo eleitoral”. “Diante de quem nunca hesitou em usar o Estado contra adversários, estamos pedindo providências ao TSE, em nome da lisura da eleição”, escreveu.
O ministro Alexandre de Moraes atendeu a solicitação, determinando que:
- O Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal informe os procedimentos e objetivos da citada operação, bem como para que determine que a PRF, no âmbito de suas atribuições constitucionais, colabore com a Justiça Eleitoral no sentido de efetivar as garantias necessárias do pleno transporte público aos eleitores;
- O Diretor-Geral da Polícia Federal informe imediata e detalhadamente todas as apreensões.
O prazo curto para a resposta se deve à proximidade da votação do segundo turno das eleições — marcado para começar a partir das 8h deste domingo (30/10).
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