ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Zema sobre eventual governo Lula: 'Se tiver retrocesso, não terá diálogo'

Em entrevista, governador defendeu a reeleição de Bolsonaro, mas se mostrou aberto a conversar com o líder petista em prol de pautas que garantam 'avanços'

Guilherme Peixoto - Estado de Minas
postado em 28/10/2022 17:07 / atualizado em 28/10/2022 17:07
 (crédito:  Alexandre Guzanshe/Estado de Minas)
(crédito: Alexandre Guzanshe/Estado de Minas)

O governador mineiro Romeu Zema (Novo) disse, nesta sexta-feira (28/10), que as bases do diálogo com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso o ex-presidente retorne ao Palácio do Planalto vão ser construídas a partir das propostas apresentadas pelo petista. Embora seja um dos coordenadores da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição e dê declarações refratárias ao PT, Zema garantiu que, caso Lula apresente ideias para fazer o Brasil "avançar", poderá contar com a colaboração do poder Executivo de Minas Gerais.

"Assim que o presidente for eleito, deve apresentar suas propostas, coisas que Lula ainda não fez. Essas propostas vão propiciar o clima de diálogo. Se for de retrocesso, da minha parte, não terá diálogo. Agora, se for para o Brasil avançar, estaremos totalmente abertos", afirmou o governador, em entrevista à CNN Brasil.

Segundo Zema, as ações da eventual administração de Lula vão nortear a relação de Minas Gerais com o governo federal. "Discurso, para mim, não vale nada", garantiu.

Desde que venceu a eleição estadual em primeiro turno, o político do Novo embarcou no grupo que trabalha pela reeleição de Bolsonaro. Presença constante nos palanques montados para receber o presidente em Minas Gerais, Zema não crê que o apoio à chapa do PL vai prejudicar a população mineira caso Lula triunfe no próximo domingo (30).

"Minas é um estado relevante. Vamos ter diálogo com quem quer que vença a eleição, mas gostaria muito que o diálogo fosse com gente competente e que não tem histórico de corrupção, alfinetou.

PT é 'retrocesso'

Zema é considerado peça importante na campanha bolsonarista. Como mostrou o Estado de Minas há três dias, a cúpula mineira do PL crê que uma hipotética virada do presidente no estado, caso aconteça, vai estar relacionada ao empenho do governador na busca por votos.

À CNN, Zema defendeu o atual governo federal. "Bolsonaro, em quatro anos, teve dois de pandemia e um de guerra na Ucrânia. Na verdade, ele teve um ano de governo normal. O PT, lá atrás, teve 14 anos. O que fabricou? A maior recessão e o maior esquema de corrupção do planeta. Voltarmos para o PT é um retrocesso muito grande para o Brasil".

Ao tratar do PT, o governador voltou a recorrer à administração de Fernando Pimentel, seu antecessor. Durante a corrida pelo Palácio Tiradentes, ele cunhou a expressão "PT-Pimentel" a fim de tentar associar a gestão anterior a Alexandre Kalil (PSD), que concorreu ao Palácio Tiradentes com o apoio de Lula.

"Em Minas, tivemos um governo petista que destruiu o estado. É só refrescar um pouco a memória do mineiro para que ele lembre como já experimentou dias desastrosos no passado. Era gestão PT em Minas e no governo federal. Arrasaram com o nosso estado", pontuou, hoje, em menção ao período anterior ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

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