Filiados e apoiadores do Partido Novo lançaram um abaixo-assinado contra a suspensão de João Amoêdo do partido após ter declarado apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A carta critica a decisão da direção da legenda e classifica a atuação da Comissão de Ética Partidária como parcial. Ela também ressalta que, mesmo o Novo tendo se declarado em oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), alguns membros, como o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), atua diretamente na campanha do presidente. Até o início da tarde desta sexta (28/10), o documento tinha 222 assinaturas de filiados, ex-filiados e apoiadores.
"Independentemente de concordarmos ou não com as opiniões pessoais de qualquer filiado sobre as candidaturas de segundo turno, somos a favor do diálogo, da liberdade de expressão e do respeito ao contraditório, sem policiamento de perfis pessoais em redes sociais ou agressões pessoais", diz o documento.
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Amoêdo foi suspenso do partido ontem (27/10) "até o encerramento do processo disciplinar" ao qual responde, segundo nota emitida pela direção. O motivo da suspensão não foi explicitado pela sigla, mas Amoêdo sofreu fortes críticas por diretores da legenda que ajudou a fundar após ter declarado apoio a Lula.
"O partido cometeu grave erro a ir contra suas diretrizes"
Um dos argumentos usados contra Amoêdo é que o partido declarou oposição ao PT após o primeiro turno. O Novo, porém, liberou seus membros a votarem em qualquer um dos candidatos no segundo turno. O abaixo-assinado ressalta que, apesar de ter declarado oposição ao PT, em 2021 o partido também declarou oposição ao atual governo, de Bolsonaro.
"Sendo assim, o partido cometeu grave erro ao ir contra suas diretrizes, denunciando e punindo filiados que exerçam sua liberdade de expressão ao declarar a própria opinião", afirma a carta. "Se a base para suspensão de um filiado é com vista a suas postagens pessoais somadas a sua declaração de voto, que em nada são vexatórias para com a instituição Novo, o que podemos dizer de participação em campanhas de adversários políticos, uma vez que não existe formalização de apoio a qualquer candidato?", acrescenta.
O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), atua como cabo eleitoral de Bolsonaro no estado e declara abertamente seu apoio ao presidente.
Os signatários do documento de apoio a Amoêdo avaliam como parcial a atuação da Comissão de Ética Partidária do Novo. "Isto sinaliza aos demais filiados a impossibilidade de se manifestarem livremente, o que já vem acontecendo, abrindo grave precedente para que outros filiados sejam também repreendidos ou censurados por manifestar suas opiniões", alerta o abaixo assinado.
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