Um dia depois de, mais uma vez, subir o tom com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — afirmou que irá "às últimas consequências" sobre a denúncia de supostas irregularidades em inserções, da sua campanha, em emissoras de rádio —, Jair Bolsonaro (PL) sequer tocou no assunto em sua passagem pelo Rio de Janeiro. Mais: evitou ataques ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE e que considerou "inepto" o recurso do comitê do presidente a respeito da falta de isonomia com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha eleitoral.
No último dia de comício permitido pela lei eleitoral antes do segundo turno, Bolsonaro elegeu outros alvos: além do petista, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD). Em Belford Roxo, ele discursou de cima de um carro de som ao lado do governador reeleito do estado, Cláudio Castro (PL) destacando que, no próximo domingo, ocorrerá "uma das eleições mais importantes" do Brasil.
"Mais do que eleger um presidente identificado com vocês, é o que nós queremos para o nosso Brasil. É a volta do passado, da corrupção ou é a permanência nesse rumo da paz, do trabalho, da ordem e do progresso?", questionou.
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No périplo que fez pela Baixada Fluminense, Bolsonaro participou de uma moto-carreata na cidade, de onde seguiu para São João de Meriti. Lá voltou a atacar o PT, afirmando que os ex-ministros de Lula foram para a cadeia, enquanto os dele foram eleitos. Também voltou a defender pautas conservadoras, como ideologia de gênero, a liberação de drogas e do aborto.
Já em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, o presidente atacou Paes chamando-o de "vagabundo" por apoiar Lula. Bolsonaro disse que o aceno a Lula se dá porque o prefeito da capital fluminense "teme ser condenado no futuro".
"Esse prefeito vagabundo chamado Eduardo Paes, sem caráter e cheio de processo por aí. Recebeu recursos federais, encheu os cofres da prefeitura com dinheiro nosso — esse vagabundo mal-agradecido. Fica mentindo por aí, dizendo que vou maltratar trabalhador aposentado. Vagabundo, mentiroso. Vai ver o troco em 2024", bradou.
Paes, porém, não deixou o presidente sem resposta. Pelas redes sociais, chamou Bolsonaro de "desqualificado e incompetente".
Na mais recente pesquisa de intenção de votos do Datafolha, Lula tem 49% dos votos totais contra 44% de Bolsonaro. No Rio, no entanto, os percentuais se invertem: o presidente conta com 51% e o petista com 41%.
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