O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), converteu, nesta quinta-feira (27/10), a prisão em flagrante do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) em prisão preventiva. Com isso, a saída do político da cadeia depende de uma nova decisão judicial. O petebista foi preso no último domingo, após atirar em agentes da Polícia Federal que cumpriam ordens judiciais.
Na decisão, o magistrado citou a quantidade de armamento armazenada por Jefferson. "Conforme já destacado, o preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 (cinquenta) tiros, além de lançar 3 (três) granadas contra a equipe da Polícia Federal. O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 (sete) mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas)", destacou Moraes.
"Essa conduta, conforme ampla jurisprudência desta Suprema Corte, revela a necessidade da custódia preventiva para garantia da ordem pública", completou Moraes.
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O ministro destacou ainda a violência de Jefferson ao receber a polícia. “Todos os policiais estavam portando pistola Glock, nenhum estava portando fuzil (arma equivalente ao do agressor), gerando uma desproporção evidente entre o poderio de fogo do agressor e dos policiais. Sem contar na posição mais elevada do agressor que lhe dava uma vantagem ainda maior”, escreveu.
“Ainda que o interrogado afirme que não teve, em nenhum momento, intenção de matar os policiais federais e que queria apenas demonstrar que estava insatisfeito com a presença policial e com a decisão desfavorável, ele, minimamente, aceitou o risco ao disparar mais de 50 vezes e lançar 03 granadas contra a equipe”, emendou o magistrado.
Prisão e tiros com a polícia
No último domingo (23), Roberto Jefferson teve a prisão domiciliar revogada pelo por Moraes por “notórios e públicos descumprimentos” de decisões judiciais. Ele recebeu a polícia a tiros de fuzil e uma granada e chegou a ferir dois agentes da Polícia Federal, em Comendador Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro. Dias antes, na sexta-feira (21), o ex-deputado tinha gravado um vídeo atacando a ministra Cármen Lúcia e, entre diversos xingamentos, chegou a comparar a magistrada a uma “prostituta”.
Em depoimento, o bolsonarista chegou a dizer que "deu aproximadamente 50 tiros 5.56mm, fuzil, de marca Smith Wesson, no carro" da PF e que "jogou três granadas uma na frente da viatura da Polícia Federal, uma atrás da viatura quando os policiais saíram e uma dentro da casa para assustar o policial federal que estava dentro da residência".
Ele disse ainda que "não atirou para matar", mas "se quisesse, matava os policiais, pois estava em posição superior e com fuzil na mira".
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