O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), preso no último domingo (23/10), após atirar em agentes da Polícia Federal, reiterou ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em depoimento na audiência de custódia, o petebista disse que queria “pedir desculpas às prostitutas" por compará-las à magistrada no vídeo divulgado na semana passada.
“Fiz um comentário mais duro contra o voto escandaloso da ministra Cármen Lúcia. Quero pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos, políticos. As outras fazem por necessidade”, afirmou.
No depoimento, o político disse ainda que tem “absoluto desprezo” pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes — a quem acusou de perseguição. “Além de incompetente como Ministro, também é incompetente para as medidas que tomou. Tenho absoluto desprezo por ele”, disse.
“Tem comigo um problema pessoal, me persegue por dois anos. A mim como pessoa e também ao PTB. Ele e o ministro [Edson] Fachin. Eles cortam parte do fundo partidário do PTB contra a lei, porque o partido se colocou contra o ativismo do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes”, declarou.
Roberto Jefferson foi preso no último domingo após mais de 8 horas de conflito. Ele recebeu a polícia a tiros de fuzil e uma granada e chegou a ferir dois agentes da Polícia Federal, em Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro. O político teve a prisão domiciliar revogada pelo ministro Alexandre de Moraes por “notórios e públicos descumprimentos” de decisões judiciais. Na última sexta-feira, o ex-deputado gravou um vídeo atacando a ministra Cármen Lúcia que, entre diversos xingamentos, chegou a comparar a magistrada a uma “prostituta”.
Após a prisão, Moraes comentou o desfecho, via redes sociais. O ministro parabenizou as equipes envolvidas e repudiou o atentado aos policiais. “Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos”, escreveu.
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