A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) repudiou os ataques do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) à policiais federais que cumpriam mandado de prisão em sua casa neste domingo (23/10). Jefferson recebeu aos agentes com tiros e granadas e só se entregou após oito horas de negociação. Dois policiais ficaram feridos.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (24/10), a entidade destacou que o ex-parlamentar "afrontando decisão judicial da mais alta Corte do país, resistiu ao seu cumprimento e, ainda, de forma covarde e premeditada, atentou contra a vida de agentes públicos no fiel cumprimento de seus deveres funcionais".
A entidade ainda afirmou que que a independência do Poder Judiciário deve ser respeitada e que é "necessário mais uma vez se deixar claro que liberdade de expressão não se confunde com liberdade de agressão ou de se espalhar pensamentos inverídicos e desconexos da realidade."
A Ajufe já tinha emitido nota de repúdio contra os ataques de Jefferson a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. Na nota, a entidade disse que os ataques são injustificáveis, inaceitáveis e sexistas.
Cármen Lúcia foi alvo de xingamentos por parte de Roberto Jefferson em um vídeo publicado nas redes sociais. Na publicação, o ex-parlamentar critica a ministra por ela ter votado para punir a emissora Jovem Pan pelas declarações falsas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre várias falas, ele chama a ministra de "bruxa" e "prostituta".
Roberto Jefferson estava preso em regime domiciliar acusado de participação em milícias digitais e de incitar atos democráticos. Um dos termos da prisão, era que ele não usasse redes sociais. Por descumprir as exigências, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que ele voltasse para o regime fechado. Nesta segunda-feira (24/10), Roberto Jefferson foi indiciado por quatro tentativas de homicídio.
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