PRISÃO

Em vídeo de negociação, policiais riem do relato de Jefferson sobre tiros

Ex-deputado recebeu agentes com fuzil e granada por conta de ordem de prisão. Gravação mostra tom amistoso entre os presentes

Luana Patriolino
postado em 24/10/2022 00:01 / atualizado em 24/10/2022 00:01
A gravação mostra que a conversa toda se mantém em tom amistoso e, em determinado momento, os presentes até riram diante das explicações do ex-deputado -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
A gravação mostra que a conversa toda se mantém em tom amistoso e, em determinado momento, os presentes até riram diante das explicações do ex-deputado - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a negociação entre o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e a Polícia Federal (PF), momentos antes da rendição do bolsonarista. Na gravação, o político faz graça ao tentar justificar o atentado contra os agentes da PF e, em determinado momento, os policiais chegam a rir da versão contada pelo pedetista (veja vídeo abaixo).

Jefferson alega que não atirou nos policiais e afirma que se alguém ficou ferido foi por "rescaldo". Ele conta que apontou o fuzil e que sabia que os agentes estavam desarmados e “sem colete, de peito nu”. “Não atirei neles, eles sabem”, disse. Em seguida, o ex-deputado diz que só um policial atirou nele, nega ter disparado contra os agentes da PF, mas admite ter jogado granadas na equipe.

“Ele três vezes ficou enquadrado no meu red dot (mira que auxilia o atirador). Mas eu falei: ‘Não atira nele, Roberto Jefferson’. E não atirei. Quando eles correram atrás da viatura, eu chutei a granada na frente”, relata no vídeo.

O ex-presidenciável Padre Kelmon (PTB) também aparece nas imagens. O religioso tentou negociar a rendição do pedetista e, em outros vídeos, aparece entregando duas armas à polícia. A gravação mostra que a conversa toda se mantém em tom amistoso e, em determinado momento, os presentes até riram diante das explicações do ex-deputado.

Roberto Jefferson recebeu a polícia a tiros de fuzil e uma granada e chegou a ferir dois agentes da Polícia Federal. Segundo investigações, ele teria até 13 armas de fogo em casa. Ele teve a prisão domiciliar revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após “notórios e públicos descumprimentos” de decisões judiciais. Na última sexta-feira, o ex-deputado gravou um vídeo atacando a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, além de diversos xingamentos, chegou a comparar a magistrada a uma “prostituta”.

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