ELEIÇÕES 2022

Neymar inaugura "superlive" de Bolsonaro e diz "retribuir" apoio

O jogador afirmou ainda que seria "maravilhoso" vencer a Copa do Mundo e ver Bolsonaro vitorioso no final de outubro e alegou que o presidente "carrega valores parecidos" com os dele

Ingrid Soares
postado em 22/10/2022 18:59 / atualizado em 22/10/2022 21:22
A transmissão se iniciou às 17h e segue até este domingo no meio da tarde, com 22 horas de duração em alusão ao número eleitoral de Bolsonaro -  (crédito: Reprodução / Redes Sociais)
A transmissão se iniciou às 17h e segue até este domingo no meio da tarde, com 22 horas de duração em alusão ao número eleitoral de Bolsonaro - (crédito: Reprodução / Redes Sociais)

Em campanha eleitoral e faltando pouco mais de uma semana para as eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) transmitiu neste sábado (22/10), ao vivo, a intitulada “superlive da liberdade”. Entre as personalidades convidadas, o primeiro a reforçar o apoio à reeleição do chefe do Executivo foi o jogador Neymar, que pediu votos ao presidente. A transmissão atingiu mais de 1,2 milhão de visualizações.

"Estou muito feliz de participar dessa live, de enfrentar, não ter medo de lutar como nosso presidente, estou à disposição apoiando nosso presidente, porque a gente sabe o que é melhor para o Brasil", apontou o jogador. 

Em referência à acusação de estupro em 2019, caso arquivado meses depois por falta de provas, o jogador agradeceu o posicionamento público do presidente na ocasião e disse apoiá-lo em retribuição. 

"Nunca falei isso em lugar nenhum. Eu queria agradecer ao presidente que no momento mais difícil da minha vida foi o primeiro a se posicionar publicamente dizendo que estaria do meu lado. Então, quando eu vi o que estava acontecendo, eu senti no meu coração que eu também deveria retribuir esse mesmo carinho que ele teve comigo sem ao menos me conhecer".

"A gente nem tinha se falado, nem tinha se conhecido pessoalmente. E ele botou ali o peito dele na frente, a cara a frente, sendo julgado e acreditou em mim. Então, eu estou fazendo o mesmo. Eu acredito no presidente, eu acredito que ele é o cara certo para conduzir o nosso Brasil. A gente está vendo melhoria em tudo que ele tá fazendo".

Em outro trecho, o jogador afirmou "ter as costas largas" e não se importar com a repercussão de seu apoio a Bolsonaro. "Eu tenho as costas largas, desde pequeno já carreguei muita pressão, meu nome já ficou em muitas polêmicas e não é mais uma que vai me deixar mais forte ou mais fraco. Na verdade, vai me deixar mais forte, mais patriota, vamos assim dizer. Tenho muito orgulho de estar fazendo isso".

Neymar afirmou ainda que seria "maravilhoso" vencer a Copa do Mundo e ver Bolsonaro vitorioso no final de outubro.

"Estou aqui à disposição, apoiando o nosso presidente, porque a gente sabe o que é melhor para o nosso Brasil. A Copa do Mundo está pertinho, seria tudo maravilhoso, Bolsonaro reeleito, Brasil campeão e todo mundo feliz", completou.

Neymar alegou que o presidente "carrega valores parecidos" com os dele. "O que me motivou de expor, de lutar, são os valores que o presidente carrega que são bem parecidos comigo, com minha família, com tudo que a gente preza. Então, é a família que a gente preza, o nosso povo, são as nossas crianças. Então, eu acho que isso me fez me posicionar. Eu vi que precisava desta força, precisava me posicionar porque eu sei que ajudaria muita gente". 

Por fim, pediu voto ao chefe do Executivo, direcionando principalmente aos jovens.

"E desde já eu já chamo, convoco a todos que não se posicionaram, e podem se posicionar sim porque você tem sua liberdade de se posicionar, de expressar seus sentimentos, expressar os seus valores". 
"Espero que dia 30 o nosso presidente seja reeleito e ele faça o que ele está fazendo que é o melhor para o Brasil".

Descontração e futebol

Em um clima de descontração, Bolsonaro dançou ao som de seu jingle de campanha, música na qual Neymar demonstrou apoio público pela primeira vez e ainda simulou a narração de Neymar fazendo um gol.

Sobre a Copa, garantiu ao jogador: "Ô Neymar, após as eleições, pode ter certeza que aqui no Brasil todos nós continuaremos de verde e amarelo, torcendo pela nossa seleção".

Em seguida, o chefe do Executivo alegou ter conseguido "despertar o patriotismo no povo brasileiro". "É comum você ver por aqui prédios com várias bandeiras pela janela. Lá na presidência coloquei uma bandeirão, além da oficial, botei um bandeirão enorme lá para mostrar realmente qual é a nossa pátria. No passado, tinha umas facções que rasgavam bandeira, pisoteavam, tocavam fogo e nós ficávamos sempre quietos", disse, em indireta ao PT.

Bolsonaro também lembrou da facada que sofreu em 2018, em Juiz de Fora e chegou a mostrar a barriga com a cicatriz. Em outro momento, pediu votos aos mineiros.

"Não vamos dar um passo atrás. O Brasil vai para frente agora, tem tudo para dar certo. Obrigado a todos os mineiros que votaram em mim, quem não votou eu peço o voto agora. Eu pretendo sim, se Deus quiser, ter uma vitória em Minas. Afinal de contas, quem ganha em Minas ganha no Brasil. Também sou mineiro de Juiz de Fora e o Braga Netto, nosso vice, também é mineiro", afirmou.

Citando o caso da Jovem Pan, falou sobre liberdade de imprensa. "A Jovem Pan sentiu o que eu vinha falando há mais de 2 anos: liberdade. E eu sempre falo, a imprensa, por mais que a gente não goste dela, uma imprensa não funcionando é o que de pior pode acontecer no nosso país. É uma sinalização realmente de que a democracia está agonizando". 

Bolsonaro pregou contra a abstenção nas urnas e apelou ao voto dos jovens.

"Temos visto em alguns países da América do Sul que a quantidade de pessoas que não vão votar ou anulam o voto é muito grande. E é um percentual realmente decisivo. Então, eu apelo a você que decida. Eu nem vou pedir que vote em mim. Vote sim ou não nesse ou naquele candidato. Se você estudar um pouquinho, eu sei que lado que você vai votar e sei que número você vai apertar na urna: será o 22. Em especial, você mais jovem que vai votar, leva seu avô, sua avó. Vá votar. É hora de você decidir qual Brasil você quer para você. Jovens: o seu futuro está em suas mãos", bradou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também presente, reforçou que o governo federal dará aumento real do salário mínimo acima da inflação a partir de 2023. Segundo ele, o objetivo da declaração foi a de 'tranquilizar a população brasileira'.

"Trabalhador, aposentado, pensionistas: confie no presidente Bolsonaro. Se durante a pandemia, durante a guerra, demos aumento de salários, aposentadorias e pensões, é claro que agora que vencemos a pandemia vamos poder dar um aumento acima da inflação". "Funcionalismo público fez um sacrifício enorme, eles ficaram dois anos sem reajustes, exatamente se sacrificando durante a pandemia. O que acontece agora: vão ter também aumentos acima da inflação. Então, trabalhadores vão ter o aumento do salário mínimo acima da inflação, aposentadorias e benefícios, aumento agora, pela primeira vez, acima da inflação. Isso é para tranquilizar a população brasileira", emendou Guedes.

O chefe da equipe econômica acusou a oposição de mentir e "roubar a tranquilidade e a esperança" da população. "Realmente, é uma vergonha mentirem, roubarem a tranquilidade do povo brasileiro, roubarem a esperança do povo brasileiro dizendo que nós vamos tirar dinheiro de salário, que vamos tirar do salário mínimo, que vamos tirar aposentadoria. Estão roubando a esperança do povo brasileiro, já roubaram outras coisas antes, bastante". Bolsonaro teme a má repercussão envolvendo o deputado André Janones (Avante-MG), aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem dito que o salário mínimo pode ser reduzido a partir do próximo ano pelo atual governo. 

Para rebater a pecha de homofóbico, a equipe de campanha de Bolsonaro também escalou a participação de Agustin Fernandez, maquiador e amigo íntimo da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que defendeu o chefe do Executivo.

"Foi construída essa narrativa porque, no fim das contas, ninguém quer ser homofóbico ou racista. Atribuindo isso ao presidente, acham caminho para dizer que 'Não. Você não vai votar nele porque você concorda com esse comportamento'".

"Graças a política do presidente, sou uma bicha respeitada, sou uma bicha que consigo empreender, ganhar dinheiro, gerar emprego. Isso eu só consegui graças a liberdade financeira dada pelo presidente", concluiu.

A transmissão da live se iniciou às 17h e segue até este domingo no meio da tarde, com 22 horas de duração em alusão ao número eleitoral de Bolsonaro. O presidente participou dos primeiros momentos e, em seguida, se retirou para outras agendas. A transmissão segue com outras personalidades, empresários e aliados como Roberto Justus, Latino, Yudi Tamashiro, Karina Bacchi, Thiago Gagliasso, Luciano Hang, Silas Malafaia, o governadar reeleito, Romeu Zema (Novo), o deputado Nikolas Ferreira, além de ministros. A previsão é que o cantor sertanejo Gusttavo Lima encerra a live, ao lado do chefe do Executivo.

Cobertura do Correio Braziliense

Para o segundo turno, o Especial de Eleições continua no ar, destacando toda a cobertura da disputa presidencial e governos estaduais. Siga o Correio no Twitter (@correio), Facebook, Instagram (correio.braziliense) e YouTube para se manter atualizado sobre tudo o que acontece nas eleições 2022.

Como será no dia do segundo turno das eleições

Dia e horário de votação: o segundo turno será no domingo (30/10), das 8h às 17h, no horário de Brasília. A divulgação da apuração dos votos deve começar logo após o fechamento das urnas.

Onde votar: o eleitor pode conferir o local de votação no site do TSE. Ou por meio do aplicativo e-Título, acessando "onde votar".

Quem deve votar: todos os brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos, são obrigados a votar no dia da votação. O voto é facultativo apenas para quem tem entre 16 e 18 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos.

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