O presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou nesta quinta-feira (20/10) que sempre usou a expressão 'pintou um clima'. A declaração ocorreu durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda após o chefe do Executivo ser questionado sobre a frase dita por ele a respeito de venezuelanas refugiadas que vivem em uma casa visitada por ele no Distrito Federal.
O caso teve início após participação em um outro podcast no último dia 14, onde Bolsonaro relatou um encontro com imigrantes venezuelanas em São Sebastião, cidade do Distrito Federal, e disse que viu algumas meninas, “três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei”. Ele também insinuou que as garotas se prostituíam. “Se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, acrescentou na ocasião.
Hoje, o presidente se justificou: "Sempre usei 'pintou um clima', 'tem clima', sempre usei isso daí. E eu estava lá em uma comunidade e vi umas meninas bem arrumadas, etc., e pintou um clima".
"O que é esse 'pintar o clima'?", questionou o interlocutor da entrevista. "Pintou um clima para eu conversar com elas. O estado difícil delas, abandonaram seus países, vieram para cá e ganham a vida, não dessa forma", respondeu o presidente.
"Não eram prostitutas?", rebateu o entrevistador. "Não, negativo", disse o presidente.
"O 'pintar um clima' eu sempre usei rotineiramente. E outra, eu estava com mais de 20 seguranças, meu Deus do céu. Agora, achar que eu fui atras de meninas de programa?".
Na terça-feira (18), o presidente gravou um vídeo em que pediu desculpa pela declaração ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da embaixadora da Venezuela em Brasília, María Teresa Belandria. No material, Bolsonaro defendeu que suas palavras foram tiradas de contexto "por má-fé" e se diz indignado com "as últimas ações de alguns militantes de esquerda".
"Se as minhas palavras que, por má-fé, foram tiradas de contexto de alguma forma foram mal entendidas, ou de alguma forma provocaram constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas, já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”.
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