Eleições 2022

Filiados do Novo pedem saída de Amoêdo após declaração de apoio a Lula

Uma das assinaturas é do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Os integrantes dizem que o fundador da sigla renunciou aos princípios e valores que regem o partido ao declarar apoio a Lula

Michelle Portela
postado em 19/10/2022 23:00 / atualizado em 19/10/2022 23:15
João Amoêdo é um dos fundadores do partido Novo e já atuou como presidente da sigla.  -  (crédito: Twitter/joãoamoedonovo)
João Amoêdo é um dos fundadores do partido Novo e já atuou como presidente da sigla. - (crédito: Twitter/joãoamoedonovo)

Ao menos 80 filiados ao Novo assinam um manifesto no qual pedem a desfiliação do ex-presidente do partido e um dos fundadores da sigla, João Amoêdo, que concorreu à Presidência pela legenda nas eleições de 2018. De acordo com o texto, Amoêdo renuncia a todos os princípios e valores que regem o partido ao declarar voto no ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.O texto assinado por filiados como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e os deputados federais Alexis Fonteyne, Marcel Van Hatten e Vinícius Poit, relaciona sete razões para a saída de Amoêdo do Novo.

Após apoiar Lula, Amoêdo é alvo de manifest

Embora tenha concorrido no primeiro turno com o empresário Felipe D'Ávila como candidato às eleições, o Novo declarou neutralidade neste segundo turno. Por isso, o grupo que assina o manifesto se considera traído pelo ex-líder partidário. As manifestações contrárias a Amoêdo começaram ainda no no sábado.

“Embora atualmente seja apenas um filiado, é fato que a população brasileira confunde a figura de João Amoêdo com a do Novo, e suas manifestações e atitudes, ainda que não representem a instituição, parecem ser coordenadas para destruí-la; nós, todos, pedimos a João Amoêdo sua imediata desfiliação do Partido, mantendo assim a coerência em relação às suas ações e atitudes políticas”, avaliam os signatários no documento.

O manifesto destaca que ao declarar voto em Lula, o ex-presidente do Novo renunciou aos princípios e valores que regem o Novo, uma vez que o candidato petista representa ideias “absolutamente contrárias” àquelas defendidas pelo nosso partido.

O grupo aponta traições anteriores de Amoêdo. “ [que] Ao participar de entrevista com conhecido jornalista brasileiro, defendeu candidato a presidência da Câmara de Deputados de outro partido, embora o Novo tivesse o seu próprio candidato”, dizem, destacando ainda. “Que durante toda a campanha eleitoral de 2022, não fez sequer menção a qualquer um de nossos candidatos ou para o próprio Partido Novo, nem mesmo para o nosso presidenciável, mas apareceu nas redes sociais com candidato de outro partido”.

Além disso, o documento destaca conflitos de Amoêdo com a atual direção partidária. “Que em quase todas as ocasiões que pôde se manifestar publicamente sobre o Novo desqualificou a condução partidária”, apontam, classificando, ainda, como incoerente o comportamento de Amoêdo. “Que é incoerente se manter em um projeto no qual não se acredita mais, sobretudo quando é reconhecido pela população geral como uma grande liderança do partido, a despeito de ser, formalmente, apenas um filiado”. 

O Correio entrou em contato com a assessoria de imprensa de João Amoêdo, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.  

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