Durante o início da apreciação da Ordem do Dia no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (19/10), deputadas do Partido dos Trabalhadores foram chamadas de “loucas” pelo deputado Professor Alcides (PL-GO). As deputadas Luizianne Lins (PT-CE) e Erika Kokay (PT-DF) defendiam que o projeto que inclui a pedofilia no rol de crimes hediondos (Lei 8.072 de 1990), com aumento de pena a quem comete o crime, fosse o primeiro a ser votado pelos parlamentares.
“O projeto de lei é da base do governo, e eu creio que a base também condena a pedofilia. Por isso mesmo a gente pede a urgência na votação desse projeto. Estamos apresentando esse requerimento porque é um absurdo que a gente feche os ouvidos e os olhos para aquele tipo de comportamento do presidente da República, e não é a primeira vez”, argumentou Luizianne, referindo-se ao caso recente de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “pintou um clima” com adolescentes venezuelanas.
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"Ataque, inclusive, misógino"
A deputada Erika Kokay endossou o argumento. “Vamos deixar de proteger os pedófilos. Esses que fizeram o projeto agora não querem apreciá-lo porque o presidente da República está sendo acusado de pedofilia. Vamos enfrentar! Nós somos contra a pedofilia e estamos aqui para defender os direitos de crianças e adolescentes que estão sendo desrespeitados.”
Em seguida, o deputado Professor Alcides pediu a palavra e alegou que a base do governo é a favor de que o projeto seja votado, porém sem necessidade da inversão de pauta. E completou: “Quero dar um recado para essas loucas deputadas da esquerda: primeiro, dizem que o nosso presidente não gosta de mulher. Agora, vem essa louca aí dizendo que ele é pedófilo. Olhe no espelho, deputada”, disse, em plenário.
A deputada Erika Kokay pediu novamente a palavra e conversou diretamente com a presidente da sessão, a deputada Geovania de Sá (PSDB-SC). “A senhora não pode ficar impassível frente a esse ataque que nós sofremos, que é um ataque, inclusive, misógino. A misoginia faz parte da tônica de atuação dos áulicos e do próprio presidente da República”, disse. “Tem de se respeitar o mandato parlamentar. Não se pode simplesmente tentar desqualificar uma fala. Cabe à base do governo mostrar que o presidente não é pedófilo”, emendou.
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