Eleições 2022

Bolsonaro diz que "militares não fazem auditorias" em urnas eletrônicas

Presidente Bolsonaro ainda negou que tenha falado em relatório: "Você está botando na minha boca agora? Não bota na minha conta, não"

Ingrid Soares
postado em 19/10/2022 15:45 / atualizado em 19/10/2022 16:28
 (crédito:  Renato Pizzutto/Band)
(crédito: Renato Pizzutto/Band)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as Forças Armadas “não fazem auditoria” de urnas. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (19/10), no Palácio da Alvorada, em conversa com jornalistas.
“Olha, as Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente… A Comissão de Transparência Eleitoral não tem essa atribuição. Então, furada, fake news”, alegou.

Bolsonaro ainda negou que tenha falado em relatório: “Você está botando na minha boca agora? Não bota na minha conta, não”.

No entanto, em pronunciamento após confirmação do segundo turno, no último dia 2, ao ser questionado sobre a confiança nos números divulgados pelas urnas e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente respondeu que iria aguardar um parecer das Forças Armadas.

"Não vou... Vou aguardar o parecer das Forças Armadas que ficaram presentes lá na sala-cofre, repito, elas foram convidadas a integrar a comissão de transparência eleitoral. Então, fica a cargo do ministro da Defesa tratar desse assunto", disse na data.

Prazo de 48 horas

Ontem, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou que o Ministério da Defesa apresente, dentro de 48 horas, cópias dos documentos produzidos pelas Forças Armadas na auditoria do processo eleitoral.

"As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso e poder", diz o presidente do TSE na decisão.

A decisão ocorre após representação do Diretório Nacional da Rede Sustentabilidade. Segundo o partido, Bolsonaro usa as Forças Armadas para desacreditar o processo eleitoral. Moraes também deu cinco dias para que a defesa do presidente se manifeste sobre a acusação de uso político das Forças.

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