Poder

Líder do Republicanos-DF ataca Xuxa por petição pela cassação de Damares

Wanderley Tavares fez criticas a postura da apresentadora e disse que o pedido de cassação é uma demonstração de ódio aos cristãos

Pedro Grigori
postado em 13/10/2022 20:49
Na foto: presidente do Republicanos-DF, Wanderley Tavares; senadora eleita pelo DF, Damares Alves; e a apresentadora Xuxa Meneghel. -  (crédito:  Republicanos-DF/Divulgação - AFP - Reprodução/Instagram )
Na foto: presidente do Republicanos-DF, Wanderley Tavares; senadora eleita pelo DF, Damares Alves; e a apresentadora Xuxa Meneghel. - (crédito: Republicanos-DF/Divulgação - AFP - Reprodução/Instagram )

A apresentadora Xuxa recebeu uma série de ataques após divulgar um abaixo-assinado pedindo a cassação de Damares Alves (Republicanos), senadora eleita pelo Distrito Federal no último dia 2 de outubro. Nesta quinta-feira (13/10), o presidente do Republicanos-DF, Wanderley Tavares, divulgou um texto crítico à apresentadora, onde diz que a correligionária teve “coragem de denunciar o tráfico sexual infantil e o processo de erotização de crianças que Xuxa conhece tão bem”.


No texto, Tavares diz que Xuxa deveria "estar preocupada em ajudar no combate aos crimes contra crianças e participar dos debates sobre o recrudescimento das penas para quem comete atrocidades com seres inocentes e puros."


Ele ainda diz que o pedido de cassação de Damares é uma demonstração de ódio "contra os cristãos que defendem o nome do criador. O ódio é contra aqueles que lutam para proteger a família, a igreja e a escola, principal alvo do petismo, do marxismo, dos satanistas e bruxos."


Mais de 600 mil assinaturas pela cassação de Damares


Na última terça-feira (11/10), Xuxa publicou nos stories do Instagram o link para um abaixo-assinado pedindo a cassação de Damares Alves. Até a publicação desta reportagem, a petição já contava com mais de 640 mil assinaturas.


Além da rainha dos baixinhos, outros famosos como a atriz Patricia Pillar e os jornalistas Xico Sá e Marcelo Tas também compartilharam o link da petição, que solicita que a ex-ministra do governo Jair Bolsonaro (PL) seja cassada antes mesmo de assumir a cadeira, em 1º de janeiro de 2023.


A descrição da petição destaca a denúncia feita por Damares, no último dia 8, em uma igreja da Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia. No altar, Damares diz ter descoberto que “crianças brasileiras, de três, quatro anos, que quando cruzam as fronteiras sequestradas, os seus dentinhos são arrancados, para elas não morderem no sexo oral” e que só “comem comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”.
Na ocasião, Damares afirmou que diante do “horror” vivido contra as crianças, Bolsonaro se levantou para protegê-las e, por isso, vive “uma guerra espiritual” para ganhar as eleições deste ano.

Segundo a petição, caso Damares tenha falado a verdade na denúncia, ela "cometeu crime de prevaricação, pois poderia evitar os maus tratos às crianças e não o fez. Não houve denúncia as entidades competentes", detalha. "Se Damares mente, está usando a fé do povo em defesa de causa própria e de seu candidato. E é necessário que a Justiça também esclareça o caso", completa o texto.


Damares diz que “ouviu nas ruas” a denúncia


Em entrevista ao jornal O Globo, nesta quinta-feira, Damares diz que "ouviu nas ruas" a denúncia que fez sobre abusos de crianças no Pará. "O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos. Mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria deixou de ser encaminhada", disse, cinco dias após fazer os ataques.


Ainda nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) disse que não existem denúncias semelhantes aos relatos pela ex-ministra da Mulher. “O Ministério Público Federal (MPF) atuou, de 2006 a 2015, em três inquéritos civis e um inquérito policial instaurados a partir de denúncias sobre supostos casos de tráfico internacional de crianças que teriam ocorrido desde 1992 no arquipélago do Marajó, no Pará. Nenhuma das denúncias mencionou nada semelhante às torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves no último dia 8”, diz a nota.

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