A Polícia Civil e o Ministério Público do Pará requisitaram ao governo federal provas dos relatos da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) sobre violência sexual contra crianças na Ilha de Marajó.
O ofício foi endereçado à atual chefe do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Cristiana Britto. "Solicitando que encaminhe a este órgão documentação existente naquele ministério, conforme afirmado pela então ministra em seu pronunciamento, a fim de que os relatos sejam investigados e todas as providências cabíveis possam ser adotadas", diz trecho do documento.
O MP ressalta que "considerando a realidade sensível do Arquipélago do Marajó, composto por municípios, dos quais alguns apresentam os piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, o MPPA vem atuando no fortalecimento institucional naquela região, bem como na ampla mobilização social em prol dos direitos humanos sexuais e reprodutivos de crianças e adolescentes".
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O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende de Almeida, também encaminhou um pedido à pasta pedindo "com máxima urgência" os documentos, mídias e "tudo o mais que possa subsidiar o desenvolvimento dos necessários procedimentos investigatórios".
As declarações de Damares Alves ocorreram em um culto da igreja Assembleia de Deus, em Goiânia, no sábado. Ela disse ter descoberto que "crianças brasileiras, de 3, 4 anos, que quando cruzam as fronteiras sequestradas, os seus dentinhos são arrancados, para elas não morderem no sexo oral" e que só "comem comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal".
Damares ainda afirmou que diante do "horror" vivido por essas crianças, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se levantou para protegê-las e, por isso, vive "uma guerra espiritual" para ganhar as eleições deste ano.
Por conta das declarações, Damares é alvo de uma petição, com quase 500 mil assinaturas, para que seja cassada. Uma das signatárias é a apresentadora Xuxa Meneghel, que compartilhou o link do abaixo-assinado no Instagram.
Segundo a petição, caso Damares tenha falado a verdade na denúncia, ela "cometeu crime de prevaricação, pois poderia evitar os maus-tratos às crianças, e não o fez". "Não houve denúncia às entidades competentes", destaca o texto. "Se Damares mente, está usando a fé do povo em defesa de causa própria e de seu candidato. E é necessário que a Justiça também esclareça o caso."
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