O senador Renan Calheiros (MDB-AL) reagiu com indignação à Operação Edema, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPU) em Alagoas, nesta terça-feira (11/10), que, por ordem da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afastou do cargo o governador Paulo Dantas (MDB).
Pela manhã, agentes da PF e procuradores do MPF cumpriram mandados de busca e apreensão no palácio do governo, na Assembleia Legislativa do estado (Alal) e nas residências de Dantas e de parentes dele. A decisão da ministra do STJ, protegida por segredo de Justiça, é baseada em investigação policial sobre denúncia de “rachadinha” no gabinete de Paulo Dantas na época em que era deputado estadual.
Dantas assumiu o governo de Alagoas em 15 de maio, após ser eleito pelos deputados estaduais para cumprir mandato-tampão até o fim do ano. Para Renan Calheiros, a operação desta terça-feira é uma “perseguição” ao governador, “que remonta a 2017 e é da competência estadual”.
"Armação de Lira"
Renan acusa seu arqui-inimigo político, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), de estar por trás da tramitação da ação no STJ. Para ele, o processo “foi parar no STJ por uma armação de Lira e lá perambulou por vários gabinetes até parar na mão da bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso”, postou Renan em sua conta no Twitter.
O senador, um dos mais fiéis aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro do MDB, é também o principal fiador do grupo que dá sustentação política ao agora afastado governador Paulo Dantas. Renan informou que ele e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vão apresentar uma queixa ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a ministra Laurita Vaz “pela decisão descabida e nitidamente política faltando poucos dias para a eleição (em segundo turno)”.
Arthur Lira também recorreu ao Twitter para responder ao adversário político. Em uma série de publicações, o presidente da Câmara disse que Renan Calheiros “não toma jeito” e que “toda vez que ele é apanhado praticando malfeito me acusa para tentar encobrir suas safadezas”. Segundo Lira, “foi o STJ que viu fortes indícios de corrupção e determinou o afastamento do governador”.
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